União Química pretende produzir 10 milhões de doses da vacina nos primeiros meses do ano
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e a União Química entraram na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última sexta-feira (15), com um pedido para a aprovação de uso emergencial da Sputnik V no Brasil.
De acordo com nota da União Química, 10 milhões de doses estarão disponíveis para o Brasil até o final do primeiro trimestre deste ano.
A empresa informou que a vacina será produzida em fábricas de Brasília e de Guarulhos com base em acordo de transferência de tecnologia firmado com o fundo russo.
O argumento é que a vacina está sendo usada em outros países, e que teve uso aprovado. Diante desse cenário, segundo o fundo e a farmacêutica, não faria sentido a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recusar o uso emergencial.
Este é o terceiro pedido de aprovação para uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. A Sputnik V se junta à CoronaVac (do Instituto Butantan e do laboratório chinês Sinovac) e da vacina do laboratório AstraZeneca (que mantém parceria com a Fiocruz) na espera de uma aprovação da Anvisa. O pedido de uso emergencial da Sputnik V será avaliado na reunião da Anvisa que ocorrerá no próximo domingo (17).
O pedido para estudos em humanos da vacina no país foi feito pela União Química à Anvisa em 29 de dezembro. A agência informou que, para o pedido de uso emergencial, a vacina precisa estar em estudo fase 3 no país.
As empresas que desenvolvem a Sputnik entraram com pedido de anuência de estudo no Brasil. De acordo com a Anvisa, o processo ainda está em andamento e aguarda a complementação de informações para que a análise seja concluída.
A Sputnik V é a mesma vacina que começou a ser aplicada na Argentina e na Belarússia e foi a primeira a ser registrada no mundo contra a Covid-19, em agosto. Segundo a empresa, a vacina foi aprovada para uso emergencial em outros países, entre os quais Argentina, Bolívia, Paraguai, Argélia, Sérvia e Palestina.
Em dezembro, a Rússia divulgou dados com o resultado final da eficácia da vacina, que ficou em cerca de 91%. Os detalhes dos estudos, no entanto, não foram publicados e revisados por outros cientistas.