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Presidenta nacional do PCdoB sustenta que as eventuais diferenças na formação da Federação partidária com PT, PSB e PV sejam resolvidas em outro momento
“Derrotar a agenda bolsonarista nos une na federação partidária”, defende a presidenta do PCdoB, pois a salvação nacional deve estar “no primeiro plano”
A vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, disse que está “otimista” com a formação de uma federação partidária junto com PSB, PT e PV, que deve ser realizada mesmo sem definição para alguns Estados.
Para ela, a vontade dos partidos de impedir a destruição do país por Bolsonaro deve estar em primeiro plano, com prioridade sobre os problemas eleitorais estaduais.
“A nossa unidade é que pode derrotar a agenda bolsonarista. Eu sou otimista, acho que as diferenças e as questões eleitorais são secundárias, as coisas que nos unem são muito maiores. Acho que vamos atravessar bem”, afirmou a dirigente em entrevista à revista CartaCapital.
A vice-governadora declarou que os quatros partidos estão “muito animados. Fizemos uma primeira rodada em que conversamos sobre o estatuto [da federação]. Nesta quinta-feira (10), vamos iniciar a questão do programa. Há um espírito de muita disposição para isso”.
A presidenta do PCdoB disse que a federação partidária pode ser formada antes que “algumas questões da política não tenham avançado”.
“Retomar um plano de reconstrução nacional, alimentar a esperança do povo brasileiro. É um plano emergencial para salvar o país, é um plano de salvação nacional que precisamos fazer. Temos que nos entender e ter o espírito de grandeza na política”, acrescentou.
“É claro que impasses existem, principalmente pela equação majoritária nos estados. São partidos que têm força, que têm história. É natural que reivindiquem espaço nas chapas. Mas vai prevalecer o bom senso de fazer certos pactos de modo a garantir uma construção política que nos leve a derrotar a agenda de Bolsonaro no país”, completou.
Segundo Luciana Santos, a Federação permite “uma aliança que tem mais afinidade programática e política” e dá mais “potência” para a ação dos partidos.
Ainda na entrevista, a vice-governadora comentou a recente declaração de Jair Bolsonaro se referindo aos nordestinos como “pau de arara”.
Segundo ela, Bolsonaro é “um homem preconceituoso. Ele quer esconder, com essas agressões, o desconhecimento que ele tem das realidades, das contradições e das necessidades da região [Nordeste]”.
“Não foi diferente com a maior pandemia do planeta, a da Covid. Todas as vezes que ele se referiu à Covid ou foi com deboche ou foi com descaso. Quando não, com uma difusão permanente de mentiras, que é uma marca que tem acompanhado Bolsonaro desde os tempos da eleição”, disse.
A pesquisa Genial/Quaest de fevereiro mostrou que a rejeição a Jair Bolsonaro e seu governo na região Nordeste é de 61%, a maior do país, sendo que 22% dos nordestinos avaliam seu governo como regular e, apenas 16%, como positivo.