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O ex-presidente Lula (PT) criticou a política de preços da Petrobrás, que, a mando de Bolsonaro, cobra em dólares pelos combustíveis no Brasil, e afirmou que a estatal “não tem que pensar só em lucro, ela tem que pensar no bem-estar dos 213 milhões de brasileiros”.
“Essa gasolina chega a preço de dólar, fazendo com que o brasileiro pague uma das gasolinas mais caras do mundo, se comparado com a renda do povo”, apontou.
“A nossa gasolina foi pesquisada em real, extraída em real e refinada em real. Não tem porque ter o preço de dólar. Mas como não fizeram as refinarias, hoje temos que importar”, disse.
“A Petrobrás não é uma empresa privada, não tem que pensar só em lucro. Ela tem que pensar no bem-estar dos 213 milhões de brasileiros”.
O problema dos combustíveis, para Lula, está ligado à destruição da Petrobrás e à incompetência do governo de Jair Bolsonaro, que sequer convocou o Conselho Nacional de Política Energética para discutir soluções.
“É uma vergonha o Brasil estar passando pelo que está passando. Mas não venham jogar a culpa em cima da guerra na Ucrânia ou da pandemia”, disse o ex-presidente.
“Na verdade, a culpa está na cabeça daqueles que governam esse país, que não têm nenhuma preocupação em desenvolver um Brasil, em garantir a soberania desse país, em fazer desse país uma nação efetivamente respeitada e soberana”, acrescentou.
O ex-presidente Lula pontuou que, se as obras das refinarias não tivessem sido paralisadas, “elas poderiam estar prontas, inauguradas e o Brasil poderia não estar importando gasolina refinada ou óleo diesel refinado”.
“O Brasil não precisa estar subordinado ao preço da gasolina porque temos o etanol, o biodiesel”, completou.
A desastrosa política de paridade dos combustíveis dentro do Brasil com o preço internacional (PPI) começou com o ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine (2015), e continuou nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Na semana passada, a Petrobrás, seguindo essa política, anunciou um aumento de 18,8% no preço da gasolina e 24,9% no preço do diesel.
Foi com base no preço estratosférico dos combustíveis que a Petrobrás distribuiu, somente em 2021, R$ 101,4 bilhões de lucros e dividendos para seus acionistas.