“Netanyahu está destruindo a nossa chance de rever nossos parentes”, a frase ouvida de norte a sul de Israel sintetiza o repúdio das centenas de milhares de manifestantes que tomaram as ruas do país contra a sabotagem de Netanyahu ao entendimento com o Hamas que possibilite a liberação dos reféns e o cessar-fogo na Faixa de Gaza
Neste sábado ocorreram as maiores manifestações contra a continuidade do massacre em Gaza desde o dia 7 de outubro.
Depois das imprensas saudita e egípcia chegarem a anunciar que o acordo estava prestes a ser concluído, começaram a chegar os desmentidos acerca do avanço nas negociações entre Israel e Hamas.
Segundo o jornal Haaretz foi Netanyahu quem propositalmente detonou os entendimentos ao declarar que Israel não se comprometia com o fim da guerra e que o ataque a Rafah “vai ocorrer com ou sem acordo”.
A aberta sabotagem foi exacerbada com a declaração do fanático na pasta de Finanças, Bezalel Smotrich dizendo de forma a ultrapassar o próprio nazismo de que a disposição do governo é “aniquilar Gaza” no que não foi desmentido por nenhum dos integrantes do ministério de Netanyahu.
AL JAZEERA É EMPASTELADA PELO GOVERNO ISRAELENSE
Não satisfeito com as ameaças à vida de mais de um milhão de palestinos sob cerco e bombardeio em Gaza, o governo aprovou a ordem de encerramento das atividades da rede Al Jazeera em Israel.
Imediatamente após a decisão ditatorial, a polícia invadiu as instalações da rede em Jerusalém.
A direção da Al Jazeera denuncia a agressão israelense como “um ato criminoso contra os direitos humanos”.
“FORA NETANYAHU”
As atitudes de clara sabotagem aos entendimentos revoltaram milhares ao longo de Israel, lotando as ruas do país com a exigência da saída de Netanyahu e eleições já.
Em Tel Aviv, a maior de todas as concentrações fechou a avenida Kaplan. Manifestantes também retiraram bloqueios à marcha de protesto entrando em confronto com a polícia.
Os familiares dos detidos em Gaza foram os mais veementes contra a desfaçatez criminosa de Netanyahu. Yehuda Cohen, pai do soldado Nimrod Cohen, falou na manifestação na cidade de Rehovot denunciou que “o terrível governo quer a falha no acordo para garantir sua continuidade no poder”.
“A ansiedade que vivemos é insuportável diante de todos os obstáculos colocados ao acordo por Netanyahu e seus amigos messiânicos”, acrescentou Cohen.
Yolanda yavor, ameaçada de prisão por se aproximar da residência de Netanyahu em Cesarea foi a principal oradora no ato ocorrido ao norte de Israel:
“Não fui eu quem violou a ordem pública, quem a viola são os culpados pelo massacre, os membros deste gabinete sanguinário e sua desprezível coalizão, são estes que quebram a ordem no país”, denunciou Yolanda.
A mãe de um dos detidos em Gaza, Einav Zangauker, disse que “é Netanyahu quem está torpedeando o acordo”.
“Não somos tolos Netanyahu, você está impedindo o acordo para agradar a turma do fanático Gvir e continuar no poder”, disse Dani Elgarat, cujo irmão Itzhaq está preso em Gaza. “Você não liga para os 133 israelenses detidos e sob risco de vida”, acrescentou Dani.
“Atacar Rafah é declarar uma sentença de morte contra os israelenses detidos. Suas mãos, Netanyahu, estarão manchada com o sangue de nossos familiares”, finalizou Dani.
Yael Or, prima de Dror Or, que morreu em 7 de outubro foi enfática: “Não temos mais como ouvir este governo, estas pessoas extremistas e cruéis que brande um facão sobre nossos corações repetidas vezes. Não podemos aceitar este mal, esta indiferença, menosprezo e desrespeito pelas vidas humanas”. O líder da oposição, Yair Lapid, denunciou a falta de compromisso do governo com o entendimento e disse que um governo comprometido “mandaria uma delegação esta noite mesmo ao Cairo com uma única orientação: não retornem sem um acordo”.