O “coach” Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, anunciou ao vivo que iria processar sua entrevistadora, Natuza Nery, da GloboNews, por tê-lo desmascarado ao divulgar fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.
Marçal foi um dos influenciadores digitais que espalhou a mentira de que o governo Lula estava barrando a chegada de caminhões com doações ao Rio Grande do Sul. A Globo foi uma das emissoras que desmentiu o caso.
Durante entrevista, o fascista reclamou que foi “muito maltratado aqui, nesta televisão, inclusive por você Natuza”. A jornalista Natuza Nery é que estava conduzindo a sabatina com o candidato.
“Você acabou falando uma mentira a meu respeito. Eu te pedi na outra entrevista pra gente resolver isso e você acabou ignorando o meu pedido e vai seguir um processo contra a Rede Globo e sua pessoa, porque você criou uma inverdade a meu respeito”, continuou ameaçando.
O momento em que ele mudou de assunto foi quando tentava em vão se justificar sobre os processos de condenação por furto qualificado que foi alvo.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Pablo Marçal afirmou que “não estão deixando distribuir comida, marmita” no Rio Grande do Sul tomado por enchentes e que “a mídia não vai mostrar direito o que tá acontecendo” porque é ano eleitoral.
No entanto, era simplesmente mentira.
Ao final da sabatina, Natuza Nery disse que “não queria transformar esse assunto em um assunto meu, mas só pra deixar bem claro: a nossa matéria-prima é a verdade. Me refiro à declaração do candidato afirmando que divulgamos mentira”.
Adepto à mentira como método de campanha eleitoral, Pablo Marçal tem atacado seus adversários, especialmente Guilherme Boulos (PSol), com fake news.
Nas redes e nos debates, Marçal falou que Boulos é usuário de cocaína, chamando-o de “aspirador de pó”, e que ele já foi preso portando drogas.
É outra mentira.
O jornal Folha de S.Paulo divulgou, na quarta-feira (28), que o processo utilizado por Marçal para embasar essa acusação não é sequer contra Boulos, mas contra um homônimo.
Quem foi preso portando drogas em 2001 se chama Guilherme Bardauil Boulos, enquanto o candidato à Prefeitura de São Paulo é Guilherme Castro Boulos.
O candidato do PSol disse que essa “tática criminosa” não foi um engano. “Ele não é bobo. Ele sabia que são pessoas diferentes, não foi enganado. Tanto assim que eu o desafiei a mostrar a prova que ele dizia que tinha e ele disse que mostraria no debate da Globo. Por que? Porque é a dois dias da eleição, então ele jogaria a mentira no ar e não daria tempo das pessoas desmentirem”, comentou.
