Termina um ciclo do futebol feminino brasileiro nas Olimpíadas. Após empatar em 0 a 0 com o Canadá no tempo normal e na prorrogação, o Brasil perdeu por 4 a 3 nos pênaltis e foi eliminado nas quartas de final dos Jogos de Tóquio, um resultado que marca a despedida das Olimpíadas da geração de Formiga e Marta, medalhistas de prata em Atenas-2004 e Pequim-2008.
Bárbara defendeu o chute de Sinclair no início das penalidades, mas Andressa Alves e Rafaelle pararam na goleira canadense Labbé nas duas últimas cobranças do Brasil.
Na semifinal, segunda-feira (2), o Canadá vai enfrentar os Estados Unidos. A outra semifinal será entre Suécia e Austrália.
Após a eliminação, a Camisa 10, Marta, disse que ainda não sabe se continuará jogando pelo Brasil. “Não sei, não posso te dar essa resposta agora, estou com a cabeça a mil, vou deixar essa resposta para depois. Não dá para dizer no momento, estou muito emocionada. Peço para as pessoas não apontarem o dedo para ninguém, se tiver que apontar para alguém apontem para mim, já estou acostumada”, disse Marta, em entrevista à TV Globo.
Aos 35 anos, Marta disputou pela quinta vez as Olimpíadas, e se tornou no Japão a primeira jogadora a marcar em cinco edições do torneio. Após a eliminação, a Camisa 10 homenageou sua colega de geração, a volante Formiga, de 43 anos, que também se despede dos Jogos como a única atleta a participar das sete edições do futebol feminino em Olimpíadas.
“Falei para as meninas e falei diretamente para a Formiga que eu gostaria de ver mais uma vez aquela emoção de lutar pela medalha com ela. Mas agradeço demais por tudo que ela fez pela nossa seleção durante esses anos todos. Uma vida dedicada a esse esporte. Que todos possam enxergar da mesma maneira que estou enxergando hoje”, afirmou Marta.
“Uma pessoa que dedicou a vida inteira e que tanto vem ajudando a modalidade, que é inspiração para todas as meninas e poderia ter tido um final mais feliz. Mas ela é guerreira e nos orgulha demais poder ter tido a oportunidade de jogar mais uma Olimpíada com ela”, disse.
Se ao longo dos anos, Marta se acostumou, como líder da seleção, a cobrar mais investimentos e estrutura para a seleção, dessa vez a craque preferiu olhar para o futuro com otimismo e confiança na continuidade do futebol feminino.
“Agora é pensar no futuro. Continuar apoiando as meninas, apoiando a modalidade porque o futebol feminino não acaba aqui. O futebol feminino continua. Espero que as pessoas tenham essa consciência e que não saiam apontando o dedo para ninguém porque aqui não tem ninguém culpado ou deixou de fazer. Fizemos o que estava ao nosso alcance. O que faltou foi a bola entrar e eu estou muito orgulhosa da equipe, orgulhosa de tudo o que a gente viveu. Obviamente fica aquele gostinho de que poderia mais”, disse ela.