![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Idemar.jpg)
Para Martini, reforma trabalhista foi um golpe contra “um dos pilares essenciais da democracia brasileira: os sindicatos”. Encontro será realizado no próximo dia 6 de julho
Idemar Antônio Martini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Santa Catarina (FETIESC), anunciou, em entrevista exclusiva ao HP, a convocação pelo Fórum Sindical Ampliado (FSA), de um mega encontro virtual de entidades sindicais com a participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. “A data foi sugerida pelo próprio ministro. A nossa meta é superar a barreira de mil sindicatos”, afirmou.
“Pretendemos, com apoio do Marinho, de senadores e deputados, exercer uma legítima pressão para sensibilizar o presidente Lula a revogar, o mais urgente possível, as reformas contra os direitos dos trabalhadores e a organização sindical”, esclareceu Martini.
“O neoliberalismo é a política econômica do fascismo”. Para Martini, a reforma trabalhista foi um golpe contra “um dos pilares essenciais da democracia brasileira: os sindicatos, que são a alma da negociação coletiva entre patrões e trabalhadores; e a Justiça Trabalhista”.
“Temer, ao decretar que a contribuição sindical de um dia de trabalho não era mais obrigatória, asfixiou, quase até a morte, milhares de sindicatos. A arrecadação em 2017, ano da reforma, era de 3 bilhões de reais, e hoje é de 53,6 milhões de reais. O empresariado arrecadou pelo Sistema “S”, no ano passado, segundo a Folha de São Paulo, 27,6 bilhões de reais. O sistema financia as atividades sindicais do empresariado”.
Para Martini, “Temer e Bolsonaro prepararam o terreno para aproximar o máximo o trabalhador da informalidade”. Deu como exemplo o fato de que deixou de ser obrigatória a presença do sindicato nas negociações. “A negociação individual prevalecer à negociação coletiva e o negociado estar acima do legislado. Além disso, criaram obstáculos quase intransponíveis de acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, além de fecharem o Ministério do Trabalho”.
“A homologação do trabalhador demitido no sindicato, para evitar que seja lesado, deixou de ser obrigatória, dissídio na Justiça só por consenso das partes (ou seja nunca), além do fim da ultratividade, que garante a validade do acordo anterior, enquanto não se chega a um novo acordo”.
“Na reforma não faltaram os requintes de crueldade”, observou o dirigente sindical. A terceirização total, o trabalho intermitente, que o trabalhador fica à disposição do patrão, mas só ganha pelo que trabalhou, a mulher grávida que pode trabalhar em local insalubre, desde que com liberação do médico da empresa, meia hora de almoço, jornada de doze horas, para citar alguns”.
“Nessa hora é pecado mortal a falta de foco. Vamos recuperar nossos direitos com mobilização, na rua, no Congresso, em audiências públicas. Estamos decididos a que nos ouçam. Dia 6, a meta é bater as mil entidades, e não iremos parar aí”, garantiu.
“Nosso movimento vem crescendo aceleradamente, abrindo um imenso espaço na defesa dos direitos e da estrutura sindical. E ainda tem muito espaço a ser ocupado”, avalia.
Segundo o dirigente sindical, o FSA tem insistido na presença do Ministro do Trabalho nas discussões. Em ofício, o Fórum diz que “por três vezes tentamos agendar uma audiência com Vossa Excelência com o propósito de lhe apresentar as minutas de um Projeto de Lei, construído nas bases (…), todas reagendadas em datas propostas pelo Ministério e por ele mesmo suspensas sem tempo de desmobilizá-las, inclusive a última, do dia 22 de junho, com mais de 600 entidades”, informou.
Martini disse que “só podemos imaginar os motivos, talvez a pressão de quem preferiu mudar de assunto ou tirar proveito da desordem bolsonarista”.
O sindicalista defendeu que as medidas mais imediatas sejam revogadas por Projetos de Lei. “Não vai dar para revogar tudo, revoga-se o principal e continuamos a luta pelo restante”, concluiu.
CARLOS PEREIRA
Resumindo. A contribuição sindical e minha prioridade,sem ela preciso trabalhar. Se depender da minha contribuição sindical, você está morto.
Não. Quem está morto é você, ainda que biologicamente vivo. O objetivo do financiamento sindical pela própria categoria que o sindicato representa é sustentar a luta dos trabalhadores contra os patrões. Se você prefere não lutar, ficar à margem da sua categoria e a favor dos patrões, está socialmente morto.
simplesmente uma vergohna ..os trabalhadores do setor público estatutário nem FGTS tem e tiram os direitos adquiridos
Esse sindicalista só falou de dinheiro para o sindicato os direitos dos trabalhadores ele nao falou (insalubridade ,aposentadoria …etc o problema dele é voltar a receber 3 bilhoes
O financiamento ao sindicato – objetivo da contribuição dos membros da categoria que esse sindicato representa – tem como objetivo sustentar a luta dos trabalhadores por seus direitos coletivos. Por que isso é tão difícil de perceber para certas pessoas? Porque elas estão contra os trabalhadores, contra a sua luta, e a favor dos patrões, que são os que se beneficiam com entidades sem dinheiro, sem financiamento, sem condições de levar a luta daqueles que os sindicatos representam.
Querem dinheiro é só trabalhar ! O patrão sempre colocou o salário que quer a décadas e agora vcs aí da querem sugar os pobres, Temer fez certo.
Os direitos são coletivos. Por isso é necessária a existência de entidades – isto é, sindicatos – para fazer valer esses direitos. E para que essas entidades não sejam entidades de fancaria, é necessário que elas contem com o financiamento da sua própria categoria. Tudo isso é óbvio. Se você não reconhece isso – a ponto de achar que um degenerado como Temer tem razão – é porque está do lado dos patrões, contra os trabalhadores.
Excelente iniciativa. Sem luta e resistência não há era conquistas de direitos p os trabalhadores.
A luta desses PELEGOS não é pra restabelecer nossos direitos.. É pelo retorno do maldito IMPOSTO SINDICAL.
Resta você explicar como é possível restabelecer – ou sustentar – direitos sem a existência de entidades, isto é, sindicatos, que contem com um financiamento decente da própria categoria que unem e representam. Sem união, não existe luta pelos direitos. Sem sindicatos, não existe união. Sem financiamento, os sindicatos são apenas uma fachada. É para isso que serve a contribuição dos trabalhadores, sabia? Para tornar real os direitos das categorias de trabalhadores.
Gostaria de participar dessa conferência online.
Infelizmente, leitora, foi cancelada (https://horadopovo.com.br/representante-do-ministro-do-trabalho-pede-cancelamento-de-encontro-com-sindicalistas-marcado-para-o-dia-6/).