Os metalúrgicos da Embraer de São José dos Campos (SP) fizeram paralisação de uma hora, na quinta-feira (13), e os da unidade da Faria Lima, na terça-feira (11), em protesto contra a proposta salarial oferecida pela empresa, que repõe apenas a inflação, corta benefícios e direitos e ainda pretende liberar a terceirização da produção na fábrica. Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário, com reajuste de 14%, vale-compras de R$ 800 mensais para todos, renovação da convenção coletiva, Plano de Cargos e Salários (PCS) e proibição da terceirização da produção na empresa.
Na terça-feira (11), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos se reuniu com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – que representa o setor aeronáutico da região – para negociação da Campanha Salarial, mas as propostas não avançaram.
A Fiesp propôs 8,83% de reposição salarial, vale-compras de R$ 300 para trabalhadores que ganham até R$ 6.700 e liberação da terceirização na fábrica. Todas as propostas foram rejeitadas pelos trabalhadores.
“Em diversas fábricas da região, os metalúrgicos conquistaram aumento real nos salários, renovação dos direitos e vale-alimentação. É um absurdo que a maior metalúrgica da região e uma das principais fabricantes de aviões do mundo mantenha essa intransigência. O aviso está dado. A qualquer momento podemos iniciar a greve”, afirma o diretor do Sindicato André Luís Gonçalves, o Alemão.
Segundo o sindicato, desde 2018 a Embraer se recusa a assinar a convenção coletiva dos metalúrgicos e, desde o ano passado tenta derrubar a proibição da terceirização na produção, que é prevista na convenção da categoria.
Para Herbert Claros, diretor do Sindicato, a recusa da Embraer em assinar a convenção coletiva dos metalúrgicos e a insistência pela terceirização “coloca em xeque direitos dos trabalhadores e influencia a qualidade dos aviões”.
“A mobilização mostra o quanto os funcionários da empresa estão insatisfeitos com seus salários e com a postura da Embraer, que quer acabar com direitos conquistados em anos anteriores”, afirma o dirigente sindical.