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Em reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região pediu a estatização da Avibras Indústria Aeroespacial e medidas que levem à regularização salarial dos trabalhadores da fábrica, com sede em Jacareí (SP).
A fábrica, a principal fabricante de material bélico pesado do país, está em recuperação judicial e os trabalhadores, com salários atrasados há dez meses, estão em greve há mais de um ano. Durante o encontro, os dirigentes sindicais reivindicaram que o governo antecipe o pagamento referente aos contratos que o Exército Brasileiro tem com a empresa, referente ao fornecimento de foguetes Skyfire 70mm e de munições para o sistema de foguetes de artilharia Astros. A antecipação seria usada para a regularização dos salários.
Por ser uma empresa estratégica para o país, fornecedora de armamentos como mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, além de insumos para combustível sólido, o sindicato defende a estatização da fábrica. De acordo com o sindicato, “a capacidade tecnológica da empresa está atraindo a atenção de investidores estrangeiros”. Para o presidente da entidade, Weller Gonçalves, “a entrega da empresa para o capital externo pode levar à perda de conhecimento e de tecnologia para outros países”. No balanço anual de geração de empregos, consta que o sistema Astros gerou mais de 10 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
A Avibras entrou com um processo de recuperação judicial em 2022, alegando dívida de R$ 600 milhões. O processo foi homologado na segunda-feira (19). O ministro se comprometeu a avaliar os pedidos do sindicato e agendar uma nova reunião.
Além da reunião com o ministro, nesta quarta-feira (21) o sindicato se reúne também com o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias, no Paço Municipal, para discutir a situação dos trabalhadores. “O Sindicato mais uma vez está fazendo seu papel de cobrar das autoridades medidas que ajudem os trabalhadores nesta situação dramática que estão vivendo”, afirma o presidente do sindicato Weller Gonçalves.