Na última sexta-feira (16), os trabalhadores metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, realizaram uma manifestação como parte da campanha contra a alta da taxa de juros, organizada pelas centrais sindicais e sindicatos.
Atualmente o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo, em 13,75%, sustentada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à revelia do governo Lula e que tem sido um empecilho para o desenvolvimento do país.
“O Banco Central está sendo irresponsável com o país e com o povo brasileiro quando mantém esta taxa no patamar que está. […] A taxa não está alta porque a inflação está alta. A inflação está na meta. Então, não há justificativa. Não podemos aceitar empresas sem poder produzir e os empregos ameaçados porque a taxa é um impeditivo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.
Para Juvândia Moreira, vice-presidente da CUT, “o presidente do Banco Central, que foi colocado por Bolsonaro no cargo, está mantendo os juros altos já desde 2021 e, este ano, mesmo com a inflação caindo, mesmo com o PIB crescendo, ainda mantém os juros nesse patamar elevadíssimo, o maior do mundo”. “Isso está retraindo o investimento no setor produtivo e retraindo tanto o emprego quanto a renda dos trabalhadores”, afirma a dirigente.
A manifestação, que reuniu 2 mil pessoas, contou com o apoio de centrais sindicais e movimentos sociais e saiu em caminhada até a Praça Matriz, no centro de São Bernardo. Ubiraci Dantas (Bira), vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), destacou a importância de reduzir as taxas de juros a níveis internacionais. “Nós estamos trabalhando no sentido de montar e constituir a Frente Ampla em defesa da redução drástica das taxas de juros, chamando trabalhadores, empresários, parlamentares, partidos, juristas para que a gente possa, a exemplo do que foi a frente em defesa da democracia, fazer uma frente em defesa da redução das taxas de juros para acabar com a sabotagem que o Banco Central está fazendo com o nosso país e com o governo Lula”, disse ao Portal Vermelho.
Bira lembrou que, só no ano passado, a elevada taxa de juros retirou R$ 500 bilhões do país para passar para o setor especulativo. “E se deixar assim esse ano serão R$ 800 bilhões. Aí não vai sobrar nada para o nosso povo”, alertou o vice-presidente.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que o país está voltando aos trilhos e que o governo tem buscado formas de fazer o Brasil voltar a crescer. Contudo, denunciou a parlamentar, o BC sabota os resultados dessas ações. “Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia”, disse.
Nesta terça-feira (20), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) volta a se reunir para definir a taxa de juros, as centrais organizam manifestações em diversos estados. Em São Paulo, o ato será em frente ao BC, na Avenida Paulista. Nesta segunda as entidades fizeram campanha pela internet com o tema “Juros Baixos Já”, postando nas redes sociais as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.