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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), denunciam o Ministério da Saúde por estocar 16 milhões de doses enquanto cidades de todo o país precisam suspender a vacinação por falta de imunizantes.
Desde a última terça-feira (20), a pasta vem recebendo pelo menos um milhão de doses por dia. Nesta sexta-feira chegou ao acumulado de 7,3 milhões de imunizantes, sendo 6,2 milhões da Pfizer e 1 milhão do Consórcio da OMS Covaxin. Porém, essas doses ainda não foram distribuídas até esta segunda-feira, 26.
O governador paulista publicou em seu Twitter a critica ao governo federal, que tentou jogar a responsabilidade sobre a suspensão da vacinação nos governos estaduais. Doria denuncia que são 16 milhões de doses guardadas nas prateleiras enquanto o país sofre com a pandemia.
“Ministério da Saúde tem 16 milhões de vacinas paradas em estoque e centenas de brasileiros morrendo diariamente por falta de vacinas. Vergonhosa essa falta de gestão e senso de urgência”, denunciou João Doria.
Eduardo Paes afirmou em seu perfil oficial no Twitter, que o atraso no calendário de vacinação acontece, pois o Ministério da Saúde está represando de cerca de 7 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para só liberar em grandes quantidades enquanto a população espera pela imunização e milhares morrem diariamente.
“O senso de urgência do @minsaude chega a impressionar. Depois do dia todo cobrando a pauta de distribuição de parte das vacinas estocadas recebemos a previsão de entrega de pouca quantidade na terça 27 e a maior quantidade na quarta 28. Estamos falando de vidas!”, criticou Eduardo Paes
“Divulgamos nosso calendário de acordo com as chegadas informadas pelo ministério. Se não cumprirem corremos o risco de atrasar”, disse Eduardo Paes.
Na última sexta-feira, 23, Eduardo Paes já havia informado: “Essa semana o @minsaude recebeu cerca de 7.5 milhões de doses de vacina e até o presente momento não temos notícia de quando receberemos. Divulgamos nosso calendário de acordo com as chegadas informadas pelo ministério. Se não cumprirem corremos o risco de atrasar”.
“Não é possível que isso fique parado um minuto que seja. O motivo é simples: quanto mais tempo demora maior o risco de óbito. Não há nada mais importante a fazer nesse momento“, criticou o prefeito do Rio de Janeiro.
Em entrevista na TV Globo, o secretário municipal de saúde Daniel Soranz afirmou que, na semana passada, a remessa de vacinas do Ministério da Saúde já tinha atrasado e que, o Ministério da Saúde já tinha recebido as 7,5 milhões de doses de várias vacinas. “Na semana passada já teve o atraso nessa entrega, infelizmente até o momento a gente não tem previsão de quando ele vai entregar as doses que ele já recebeu”, disse.
“A gente espera que aconteça o mais breve possível, ainda esse final de semana, porque nada justifica 7,5 milhões de doses paradas e ainda essas doses não terem sido distribuídas”.
Soranz disse ainda que a prefeitura trabalha “no limite” do calendário, com distribuição semanal aos postos, para dar mais celeridade à campanha.
Atrasos e adiamentos
Na sexta-feira, 23, a vacinação com no Rio já atrasou por causa da demora na entrega das doses pelo Ministério da Saúde que está com milhões de imunizantes estocados.
A capital fluminense suspendeu a aplicação de primeiras doses da vacina contra a Covid.
Pelo cronograma, no sábado (24), haveria mais um dia de repescagem para homens e mulheres de 35 anos ou mais, o que foi cancelado. O primeiro dia de repescagem, na quarta, teve 74 mil vacinados. Na segunda-feira, seria a vez das mulheres de 34 anos receberem a vacina.
“Por já ter aplicado todas as vacinas destinadas à primeira dose (D1) contra a Covid-19 e para garantir estoque para as segundas doses (D2) programadas, o Município do Rio de Janeiro suspenderá momentaneamente seu calendário de vacinação de D1 a partir de sexta (23). A vacinação será retomada assim que o Ministério da Saúde enviar nova remessa de vacinas”, disse a prefeitura, em nota.
Três capitais iniciaram essa semana com a vacinação da primeira dose contra a Covid-19 suspensa por falta de vacinas: Vitória, Florianópolis e Maceió. Antes disso. na semana passada, Rio de Janeiro, Belém, Campo Grande, Salvador e João Pessoa já haviam anunciado paralisação. Com isso, um total de oito capitais estão com vacinação suspensa.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adiou neste domingo (25) a vacinação contra a Covid-19 do grupo etário de 28 anos, que anteriormente havia sido confirmada para começar na quinta-feira (29).
A vacinação para as pessoas com 29 anos foi mantida para terça-feira (27) e quarta-feira (28).
“Eu havia anunciado que nós faríamos na quinta e sexta 28 anos. Estou retirando essa confirmação. A gente tinha um diálogo com o estado que, aparentemente, nós prefeitura interpretamos mal com relação às doses. Então o que está confirmado é terça e quarta vacinação pra 29 anos”, disse Nunes neste domingo.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirmou que o calendário estadual prevê o início da imunização do público de 25 a 29 anos até o dia 5 de agosto.
“A Secretaria de Estado da Saúde encaminhará para todos os municípios novas doses em tempo oportuno para a vacinação deste grupo, de acordo com o calendário estabelecido. Neste momento estão sendo vacinadas as pessoas entre 30 e 34 anos”, diz a nota.
A pasta estadual afirmou ainda que “aguarda o envio de mais doses por parte do Ministério da Saúde, como os imunizantes da Pfizer que desembarcaram no Brasil nesta semana, para a continuidade da campanha em SP. O órgão federal ainda não sinalizou aos estados quando estas doses serão distribuídas”.
Belém é uma das capitais mais atrasadas. Com 967.937 doses aplicadas, a cidade ainda está vacinando pessoas entre 59 e 66 anos. Só recebe a segunda dose na capital paraense quem tiver comorbidades. No Mato Grosso do Sul, após, um dia sem vacinação, Campo Grande abriu os postos de saúde para o público completar a imunização nesta segunda, 26.
Salvador, Vitória, Maceió e João Pessoa seguem administrando a segunda dose, enquanto esperam mais remessas para expandir o público-alvo. Em Florianópolis, só grávidas, lactantes e puérperas recebem a primeira dose.