Na noite da última segunda-feira (12), bolsonaristas aterrorizaram a capital federal. Foram atos violentos, em que incendiaram carros, ônibus e até mesmo uma delegacia da área central foi depredada
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu, nesta quarta-feira (14), prazo de 48 horas para o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o GDF (Governo do Distrito Federal) detalharem quais medidas foram tomadas pelas forças de segurança para coibir os atos violentos provocados por terroristas bolsonaristas, na última segunda-feira (12).
“As condutas noticiadas, portanto, fazem parte de atos mais abrangentes, investigados nesta SUPREMA CORTE, notadamente no âmbito das Pets 10.685/DF, 10.763/DF e 10.764/DF, onde inclusive foram oficiados o ministro da Justiça e Segurança Pública e o Governador do Distrito Federal para, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, informarem (a) as medidas todas pelas forças de segurança em relação aos fatos específicos, ocorridos em 12/12/2022; (b) as providências relativas ao efetivo cumprimento da decisão judicial proferida na ADPF 519”, escreveu o magistrado na decisão.
A decisão atende à ação apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que, no mesmo pedido, solicitou o indiciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro, argumentando que ela teria incentivado e patrocinado manifestações antidemocráticas.
Porém, na mesma decisão, Moraes arquivou a queixa contra ela e determinou outras apurações.
“Na presente petição, não há nenhum indício real de fato típico praticado pela representada (quis) ou qualquer indicação dos meios que a mesma teria empregado (quibus auxiliis) em relação às condutas objeto de investigação, ou ainda, o malefício que produziu (quid), os motivos que o determinaram (quomodo), o lugar onde a praticou (ubi), o tempo (quando) ou qualquer outra informação relevante que justifique a instauração de inquérito ou investigação”, ressaltou o ministro na decisão.
SEM PRISÕES
Até o momento, ninguém foi preso pelos atos terroristas. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informou, por meio de nota, que os fatos ainda estão sendo apurados pelas forças de segurança.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, se manifestou apenas pelas redes sociais. Ele escreveu que “tudo será apurado”.
“Nada justifica as cenas lamentáveis que vimos no centro de Brasília. A Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo”, escreveu. “Agradeço o empenho da @secsegurancadf e do @Gov_DF, por todo apoio à @policiafederal. Tudo será apurado”, escreveu nas redes sociais.
No entanto, somente duas horas após o início dos atos de vandalismo o ministro da Justiça se pronunciou na segunda-feira sobre o caso.
“ANTIDEMOCRÁTICOS” E “IMPATRIÓTICOS”
O futuro ministro da Justiça, senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), mostrou-se mais incisivo em condenar a violência dos atos de vandalismo e terrorismo.
Logo após o início dos atos de vandalismo, ele convocou coletiva de imprensa e afirmou que todos os responsáveis estão sendo identificados. O ex-governador do Maranhão disse, ainda, que os episódios foram “antidemocráticos” e “impatrióticos”.
AOS FATOS
Na noite da última segunda-feira (12), os bolsonaristas aterrorizaram a Brasília. Numa sequência de atos violentos, foram incendiados carros, ônibus e até mesmo uma delegacia da área central da capital federal foi depredada.
Os extremistas chegaram a invadir a Polícia Federal para tentar libertar o cacique José Acácio Serere Xavante, preso por participação em atos antidemocráticos.
M. V.