Lideranças de 11 partidos participaram de uma reunião realizada pelo movimento Direitos Já! para discutir as ameaças de Bolsonaro às eleições e criar ferramentas de defesa da democracia.
O encontro aconteceu na segunda-feira (30), na casa da presidente do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Estavam presentes, segundo a Folha de S.Paulo, representantes do PSDB, PSD, MDB, Novo, Podemos, PDT, PSB, PCdoB, PV e PT, além de membros de organizações da sociedade civil.
O coordenador do Direitos Já!, Fernando Guimarães, afirmou que “há uma responsabilidade diante deste momento em que há uma tensão no processo eleitoral em que o mandatário [Jair Bolsonaro] busca tensionar [as eleições], desacreditando instituições como o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e as urnas eletrônicas”.
O movimento vai criar o Conselho de Acompanhamento do Processo Eleitoral, que tem como objetivo dialogar com os partidos e com a sociedade civil para garantir a realização das eleições e o cumprimento de seu resultado.
Em meados de maio, o Direitos Já! divulgou uma nota chamando os diversos setores da sociedade para articular a defesa da democracia contra os ataques de Jair Bolsonaro.
O manifesto diz que Bolsonaro “há muito transpõe o limite de sua incumbência constitucional e não há mais como fechar os olhos para as suas insistentes ameaças ao sistema eleitoral brasileiro, que ao final e ao cabo significam um permanente atentado contra a democracia”.
“O sistema eleitoral brasileiro é seguro, internacionalmente reconhecido e exaustivamente testado. Insistir em questioná-lo, após o próprio Congresso Nacional rejeitar a auditoria da eleição pelo voto impresso, é um atentado contra as instituições”, continua.
Parte das ameaças feitas por Bolsonaro acontece através de fake news contra as urnas eletrônicas. Em 2021, ele realizou lives em suas redes sociais especialmente para divulgar mentiras sobre o processo eleitoral.
Por conta disso, agora é investigado no inquérito das fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na reunião de segunda-feira (30), estavam presentes os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do PSB, Carlos Siqueira, e do PV, José Luiz Penha, os vices-presidentes do PCdoB, Walter Sorrentino, e do Podemos, Alfredo Martins Correia, e os secretários-gerais do PT, Paulo Teixeira, e do MDB, Rodrigo Arenas.
Representando o PSD, participou da reunião seu coordenador nacional, Ricardo Patah. Pelo Novo, estava o presidente do diretório de São Paulo, Alfredo Fuentes. O presidente municipal do PDT de São Paulo, Antônio Neto, também fez parte da discussão.