Condenado e investigado por corrupção, abuso de poder e utilização da Igreja Universal do Reino de Deus para lavagem de dinheiro, o prefeito da capital fluminense e candidato à reeleição, Marcelo Crivella, é alvo de uma nova ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
A ação se refere à entrega de um terreno da Prefeitura à igreja evangélica Marca de Cristo, na Penha Circular, bairro da Zona Norte do Rio.
A cessão do terreno público à igreja foi publicada no Diário Oficial do Município, mas, segundo o MP-RJ, a entrega do terreno aconteceu antes de ser oficializada, com a presença do prefeito, com “claros indícios de irregularidades” e uso político de bens públicos.
Crivella foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral em setembro, e se tornou inelegível até 2026, mas, após recorrer da sentença, conseguiu uma liminar para continuar na disputa eleitoral.
O candidato do Republicanos é investigado por chefiar um esquema de corrupção que envolve peculato, fraude em licitações – em especial na área da Saúde e em plena pandemia -, e lavagem de dinheiro envolvendo sua família e a Igreja Universal do Reino de Deus, da qual é bispo licenciado.
Em investigações e operações contra a corrupção na Prefeitura do Rio, o MP-RJ encontrou indícios de “bilionárias movimentações atípicas” da Igreja Universal do Reino de Deus.
Segundo os investigadores afirmaram durante a operação contra o “QG da propina”, em setembro, “é verossímel concluir” que a igreja está sendo “utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal”.
Mas, pelo jeito, a ânsia de Marcelo Crivella em conquistar os votos dos eleitores evangélicos, roubando recursos públicos e mesmo com a máquina da administração em mãos, não está surtindo o efeito esperado pelo candidato. Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira (14), além de ser o nome com o maior índice de rejeição (57%), Marcelo Crivella se manteve com os 12% das intenções de voto da última pesquisa, e Eduardo Paes, que lidera a preferência dos pesquisados, foi de 27% para 30%.