O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou, na quinta-feira (14), que abriu inquéritos contra a Ford após a montadora anunciar o fechamento de fábricas no Brasil. O anúncio foi feito em uma reunião com representantes da empresa norte-americana.
A reunião contou com a presença do procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, que demonstrou preocupação com os reflexos sociais e com a empregabilidade dos trabalhadores da empresa após o fim das atividades nas três unidades da empresa, assim como em toda a cadeia produtiva que ela envolve e que também será atingida.
A montadora anunciou nesta semana que vai deixar de produzir veículos no Brasil, encerrando suas atividades nas fábricas no país. Foram abertos inquéritos para acompanhar a situação nas três plantas que serão fechadas: em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). De acordo com a empresa, 5 mil trabalhadores diretos serão demitidos. No entanto, só em Camaçari, a previsão é que ao todo sejam demitidos 60 mil trabalhadores, diretos e indiretos, em cerca de 30 empresas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do município baiano.
De acordo com o MPT, a audiência teve como foco abrir um canal de diálogo com a Ford. Com base nos três inquéritos civis instaurados pela promotoria, foi criado um Grupo Especial de Atuação Finalística (Geaf) que vai estudar e analisar os impactos decorrentes do fim das atividades nas três fábricas da Ford no Brasil.
Pelo Poder Público, participaram ainda o secretário especial da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, e o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, ambos do Ministério da Economia. Representando a montadora, participaram o diretor jurídico da Ford, Luis Claudio Casanova, o gerente de Relações Governamentais da montadora, Eduardo Freitas, além de três advogados da empresa.