O ex-deputado federal e presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), afirmou em entrevista concedida à GloboNews na segunda-feira (24) que “não tem dúvidas” de que há um mandante do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco.
De acordo com Freixo, os responsáveis pela execução de Marielle “não agem por ódio”, “são assassinos profissionais contratados para matar por dinheiro”.
“Não vão quebrar isso e matar alguém que eles nem conheciam por ódio. Estamos muito mais perto dos mandantes do que em qualquer outro momento”, afirmou.
O ex-deputado criticou a “falta de continuidade” dos cinco anos de investigações da execução da ex-vereadora. Ao longo das apurações, o caso teve cinco delegados responsáveis na Polícia Civil do Rio antes de ser assumido pela PF.
Marcelo Freixo afirmou, também, acreditar em mandantes no crime relacionado à execução de Marielle Franco e que a investigação da Polícia Federal deve chegar até eles.
“Eu tenho certeza absoluta de que a Polícia Federal e o Ministério público do Rio de Janeiro vão chegar aos mandantes. Eu acho que eles estão por próximos. Eu não quero dizer aqui do tempo que não sou eu que defino isso, é a investigação, mas a delação do Élcio fragiliza demais e praticamente coloca o Ronnie Lessa condenado, mas claro que vai ter um julgamento […] isso, muda tudo numa investigação, mas os próprios elementos da delação do Élcio Queiroz, já apontam possibilidades grandes”, sustentou.
CONFISSÃO
O miliciano ex-PM Élcio de Queiroz firmou delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ele deu detalhes do atentado contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, além de apontar a participação de outras pessoas na preparação do crime e no ocultamento das provas. Segundo o ministro Flávio Dino, a delação de Élcio pavimentou o caminho para a chegada até os mandantes do crime.
O promotor de Justiça Fábio Corrêa falou que a delação premiada de Élcio Queiroz, revelada nesta segunda-feira (24) durante a Operação Élpis, foi um grande avanço na investigação do Caso Marielle. A ação foi feita em um parceria da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ).
“Um pacto de silêncio foi rompido. Estamos buscando e oferecendo respostas de um crime emblemático”, disse durante coletiva no Rio.
É a primeira operação desde o início de 2023 quando a PF assumiu a investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
“Conseguimos determinar com lastro firme como foi o dia 14 de março. Essa é uma fase do trabalho e conseguimos cariar provas importantes. Conseguimos, como muita consistência, estabelecer a mecânica do crime”, disse o superintendente da PF, Leandro Almada.
Almada reforçou a importância da colaboração de Élcio.
“Nessa primeira parte, e terão outras, o mais importante foi a colaboração. Evidentemente, não veio do acaso. Foi muito trabalho de revisão, de provas, para tentarmos a linha e a estratégia de delação. Essa delação foi corroborada e a corroboração se mostrou em vários momentos de acordo. Ela foi confirmada de forma taxativa.”
OPERAÇÃO ÉLPIS
Na manhã de segunda-feira (24), a PF deflagrou a operação Élpis com um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão no Rio de Janeiro. O alvo preso foi o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel e amigo de Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos tiros que mataram Marielle. Ele foi encontrado em sua mansão na região da Barra da Tijuca, no Rio.
Após a operação, o ministro Flávio Dino disse que ela foi possível devido ao acordo de delação premiada de Élcio de Queiroz. Segundo o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública, Queiróz assumiu que participou do assassinato de Marielle com Ronnie.
Suel participou de ações de “vigilância e acompanhamento” de Marielle antes do assassinato e, depois, ajudou a encobertar o crime, disse o ministro.