Os criminosos que atearam fogo em prédio dos sindicatos e causaram o massacre em 2014, além de permancerem impunes até hoje, integram as forças armadas na Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, se comprometeu em levar a julgamento e punir os autores do assalto neonazista à Casa dos Sindicatos em Odessa quando 42 manifestantes antifascistas morreram queimados vivos e mais de 200 ficaram feridos, em 2 de maio de 2014. A declaração foi feita no discurso em que anunciou as medidas em curso para desnazificar a Ucrânia e causou grande expectativa entre os sobreviventes de que, afinal, se faça justiça, decorridos já quase oito anos.
Putin se referiu ao massacre que naquele dia teve o seguinte desenrolar trágico: em maior número, os neonazistas haviam invadido a Praça Kulikovo, incendiando as barracas do acampamento em favor do referendo pela federalização da Ucrânia, promovendo espancamentos e disparando tiros, e os manifestantes antifascistas tiveram de se abrigar no prédio da Casa dos Sindicatos, em frente, enquanto a polícia simplesmente olhava.
Coquetéis molotov arremessados pelos neonazistas acabaram por incendiar o prédio e aqueles em desespero, que pularam das janelas tentando escapar, eram simplesmente linchados a pauladas e chutes.
Um sobrevivente relatou que “gente foi queimada viva dentro do prédio”, sem ter como sair. Quem conseguia, era atacado pela turba “como um bando de lobos”. “Tivemos de passar sobre cadáveres quando descemos as escadas”.
Além da ausência de investigação ou punição, milícias fascistas que se criaram durante o golpe de 2014, a exemplo do Batalhão Azov, hoje integram a estrutura das Forças Armadas da Ucrânia.
“VÁ E VEJA” REGISTRADO POR CELULARES
Um “Vá e Veja” em pleno século 21, registrado por celulares.
Testemunhas descreveram como no percurso para a Praça Kulikovo a turba de fascistas percorreu as ruas aos gritos de “esfaqueiem os moscovitas”, “morte aos inimigos” e “glória à Ucrânia” (a do nazista Bandera e da Otan).
Segundo a Novosti, uma “alta fonte” do Ministério do Interior ucraniano revelou que integrantes dos batalhões especiais Vostok e Shtorm, vestidos em roupas civis, foram responsáveis pelas “mortes e espancamentos dos oponentes de Maidan”.
Depois de integrarem a tropa de choque do golpe de Estado na Praça Maidan, as gangues neonazistas haviam sido deslocadas de ônibus até às áreas de população russa para abafar com tiros os protestos que se espalhavam.
O führer do Setor Direita, Dmytro Yarosh, louvou o massacre de Odessa como “mais um dia brilhante na nossa história nacional”. Dias antes, ele havia anunciado a formação do “Batalhão Donbass” e que seus fascistas tinham “cruzado o rio Dniepr”.
Entre as vítimas da Casa dos Sindicatos, mulheres, garotos do Konsomol e até crianças. A mídia imperial tentou jogar a culpa às vítimas carbonizadas – enquanto as ‘investigações’ encenadas pelo regime de Kiev insistiam em ‘achar o rastro russo’.
“NÓS OS CONHECEMOS PELO NOME”
Putin declarou que “os criminosos que cometeram essa atrocidade não foram punidos. Ninguém está procurando por eles. Mas nós os conhecemos pelo nome. E faremos de tudo para puni-los, encontrá-los e levá-los à justiça”.
Em entrevista à RT, Alexander Yakimenko, que liderava o acampamento antifascista perto da Casa dos Sindicatos naquele dia, disse que o discurso de Putin “traz esperança de que a investigação do crime em Odessa seja retomada”.
“Isso é esperado há muito tempo. E não apenas os parentes dos mortos e os que sofreram, mas todos os habitantes de Odessa. Porque o mal deve ser punido. A investigação deve ser reaberta e os assassinos condenados”.
“Tomei a decisão de entrar na Casa dos Sindicatos, pois já estava sendo disparado fogo aberto contra nós, simplesmente não havia outras rotas de fuga. E já no dia 4 de maio fui preso. No total, passei cerca de seis meses na prisão. Havia espancamentos e torturas constantes”, relatou Yakimenko. Eles só foram libertados alguns meses depois, em uma troca de prisioneiros entre Kiev e o Donbass.
Outros manifestantes antifascistas foram presos logo ali, no local, enquanto os linchadores e incendiários não eram molestados pela polícia. As investigações mostraram que o socorro dos bombeiros foi retardado por interferência dos neonazistas.
ODESSA NÃO ESQUECE
Dois dias depois, o deputado regional Vyacheslav Markin, que morreu das queimaduras e do espancamento que sofreu, foi enterrado aos brados de “heroi” e “Odessa não esquecerá nem perdoará”, depois de ser homenageado no parlamento local.
O ex-deputado da Câmara Municipal de Odessa, Vasily Polishchuk, que tentou investigar o massacre por conta própria quando exercia seu mandato, acabou precisando se refugiar na Rússia há sete anos. Além das ameaças sobre ele próprio, seu filho, Alexander, de 30 anos, foi linchado por uma multidão de jagunços, em uma passagem subterrânea, e chegou a ficar em coma por vários dias.
Segundo Polishchuk , a perseguição visa “calar a boca de todos que não concordam com o relato oficial de Kiev e querem revelar a verdade sobre o assassinato dos manifestantes de Odessa em 2 de maio”. O que precisa ser feito “para que os canalhas sejam punidos é óbvio: é necessário retomar a investigação do caso criminal iniciado pelo Comitê de Investigação da Rússia. Caso contrário, estaremos esperando que sejam as autoridades de Odessa que nos libertem dos nazistas”.
PARQUE TEMÁTICO DA CIA E PENTÁGONO
É do premiado cineasta e escritor John Pilger uma das mais precisas descrições do que aconteceu na terceira maior cidade ucraniana naquele dia de terror e opressão.
“Tal como as ruínas do Iraque e do Afeganistão, a Ucrânia foi transformada pela CIA num parque temático – dirigido em Kiev pelo diretor da CIA John Brennan, com “unidades especiais” da CIA e do FBI a instalarem uma “estrutura segura” que supervisione ataques selvagens àqueles que se opõem ao golpe de Fevereiro. Assista aos vídeos, leia os relatos de testemunhas oculares do massacre em Odessa este mês. Bandidos fascistas transportados de ônibus incendiaram a sede da Casa dos Sindicatos, matando 41 pessoas presas no seu interior. Observe a polícia de prontidão. Um médico descreveu como tentou resgatar pessoas, “mas fui impedido por radicais nazis pró ucranianos. Um deles empurrou-me para longe brutalmente, prometendo que em breve eu e outros judeus de Odessa iriam se deparar com o mesmo destino… Gostaria de saber por que todo o mundo está mantendo silêncio”.
É dele, também, o relato sobre o golpe de Maidan. “Em Fevereiro, os EUA montaram um dos seus golpes “coloridos” contra o governo eleito da Ucrânia, explorando protestos genuínos contra a corrupção em Kiev. A secretária de Estado assistente, Victoria Nuland, selecionou pessoalmente o líder de um “governo interino”. Ela alcunhou-o como “Yats”. O vice-presidente Joe Biden veio a Kiev, tal como o diretor da CIA John Brennan. As tropas de choque do seu putsch foram fascistas ucranianos”.
TROPAS DE CHOQUE DO PUTSCH
“Pela primeira vez desde 1945 um partido neonazi, abertamente anti-semita, controla áreas chave do poder de estado numa capital europeia”, alertou então Pilger. “Nenhum líder europeu ocidental condenou esta ressurreição do fascismo na fronteira através da qual invasores nazis ceifaram milhões de vidas russas. Eles foram apoiados pelo Ukrainian Insurgent Army (UPA), responsável pelo massacre de judeus e russos a quem chamam ‘insetos’”.
E acrescentou: “O UPA é a inspiração histórica nos dias de hoje do Partido Svoboda e seus companheiros de viagem do Setor Direita. O líder do Svoboda, Oleg Tyahnybok, conclamou a um expurgo da “máfia moscovita-judaica” e “outra escória”, incluindo gays, feministas e aqueles que integram a esquerda política.
INVERTIDOS
O cineasta escancara a louvação, pelo jornal Guardian, do oligarca escalado para ‘presidente’ do golpe, Petro Poroshenko. “Mais uma vez, a regra da inversão de Orwell foi aplicada. Não houve putsch, nenhuma guerra contra a minoria da Ucrânia; os russos eram culpados por tudo. “Queremos modernizar meu país”, disse Poroshenko. “Queremos introduzir liberdade, democracia e valores europeus. Alguém não gosta disso. Alguém não gosta de nós por isso”.
Caiu Poroshenko, subiu Zelensky, e os “valores” neonazistas seguiram prosperando ao lado da submissão à CIA e à Casa Branca.
Os queimados vivos em Odessa pretendiam realizar um referendo sobre a federalização, em que as regiões do leste da Ucrânia e do Sul teriam consignado na Constituição direitos e autonomia dentro da Ucrânia, país em que em um terço da população prevalece a língua russa e bilíngues.
Como registrou o cineasta, “tal como as crianças do Iraque sob embargo e as mulheres e meninas do Afeganistão ‘libertado’, aterrorizadas pelos senhores da guerra da CIA, este povo de etnia russa da Ucrânia é ignorado pela mídia do ocidente, o seu sofrimento e as atrocidades contra ele cometidas são minimizadas ou silenciadas”.
Antes de ler esse texto tinha acabado assistir na globo a entrevista de um jogador de futebol brasileiro que fugia da Ucrânia. Ele contou que teve dificuldades por causa de ucranianos que atrapalharam e disseram um monte de besteiras racistas pra sua turma. Torço para que o Putin pegue esses canalhas de jeito.
Em um primeiro momento a narrativa imposta é boa, bem escrita. Mas os poucos de extrema direita que estão no governo, não tem poder de decisão. Não existem representantes do mesmo no parlamento. Ou seja, a narrativa de Putin quanto a isso é bem fraca. O batalhão de Azov é bem pequeno comparado ao total de soldados ativos do exército ucraniano. E quanto ao o que aconteceu em Odesso, é apenas um caso ocorrido. Isto não nos diz que todos os ucranianos são de extrema direita ( vide as eleições). Fato é, que todo tipo de nazismo deve ser repelido com veemência. Há uma grande ideia de Putin de reconstruir seu GRANDE império russo para o mundo de novo. Pra ele, a Ucrânia é parte da Rússia. Ele já vinha trabalhando na desestabilzaçãoda Ucrânia desde 2004. Em 2013/14 começou a sua manipulação da mídia e controle do povo até o presente momento. Pra enfrentar o mínimo de resistência hoje. Putin é um ditador, cheio de sangue nas mãos e um dia pagará por isso
Nenhuma de nossas matérias afirmou que todos os ucranianos são de extrema direita. Pelo contrário. A maioria deles é oprimida por essa corja. Portanto, a afirmação de que “todos os ucranianos são de extrema direita” vai por sua conta. Quanto a que os neonazistas não têm influência na Ucrânia, essa é por conta da mídia pró-americana, e, portanto, pró-Otan. Leitor, na Ucrânia, é inútil procurar a extrema direita nas bordas, pois ela está no governo, veja a recente proibição dos partidos de oposição. O Zelensky não é nazista? Zelensky é um pallhaço que deixa os nazistas pintarem e bordarem. Mas, para justificar essa infâmia, você chega a conclusões aberrantes, por exemplo, a de que a morte de 42 oposicionistas queimados vivos em Odessa, “é apenas um caso ocorrido” (sic). Desse jeito, rápido vai chegar à conclusão de que a ação dos nazistas ucranianos no campo de extermínio de Sobibor, sob a égide dos alemães nazistas, também foi “apenas um caso ocorrido”.
O seu comentário se alinha À nova narrativa que no primeiro momento tentou esconder os nazistas da ucrânia sob o pretexto: “eles tem um presidente judeu”. Que ridículo! “O batalhão Azov tem poucos integrantes”. O Azov não é o único grupo miliciano neonazista da Ucrânia. O Putin está no poder há 22 anos e só agora estão dizendo que ele “pensa que a Ucrânia é parte da Rússia”. O povo do Donbass vem sendo massacrado desde 2014 e Ocidente nunca viu isso. “Poucos de extrema direita estão no governo”. Então como o Azov deixou de ser um grupo de milicianos para virar Guarda Nacional, se eles não tivessem influencia no governo? E o fato de você minimizar as mortes de Odessa é de causar nauseas. Porém, junte-se às 50 vítimas de Odessa mais de 14 mil vítimas estimadas nesses 8 anos de bombardeios do exército ucraniano no Donbass.
Todo radicalismo é absurdo, só que Putin não pode interferir na Ucrânia. É um país livre. É a mesma coisa do Maduro vir interferir no Brasil.
Maduro, independente do que pensemos sobre ele, não perseguiu brasileiros nem ameaçou as nossas fronteiras se alinhando a um bloco imperialista, como a Otan. E não estamos falando de “radicalismos”, mas de nazismo, leitora. A Ucrânia não é um país livre.
leu e não entendeu nada, né? País livre?
Tipo quando ele enviou tubos de oxigênio para Manaus?
Grupos nazistas , e terroristas como ISIS devem ser combatidos , nao importa onde surjam , nao podem se proliferar.Nao existe a opcao de deixa-los livres, e um crime contra a humanidade permitir isto.
Denise Tinoco. Tipo quando ele enviou tubos de oxigênio para Manaus?
A Ucrânia pensa que pode chamar neonazistas pra mesa e instrumentaliza-los em sua defesa, bastando que não lhes seja dado muito espaço no governo oficial. Agora, não duvido nada de que esses mesmos neonazistas tenham dado um golpe de estado em plena guerra e colocado toda a população, inclusive Zelensky, embaixo de seus coturnos. O nazifascismo é uma psicose de massa essencialmente assassina, é impossível qualquer diálogo humano com aberrações desumanas. Ainda acho que “numa mesa com 10 pessoas ,se chegar 1 nazista e ninguém sair, temos 11 nazistas”. Outro clichê que é sábio: “O fascismo é uma cadela eternamente no cio”.
Lamentável e vergonhoso é o cinismo covarde dos EUA e da OTAN, se aproveitando das questões internas dos outros para enxertar seus interesses sempre dissimuladamente.
E o Putin é um ditador napoleônico favorável ao fascismo russo. Então só há vilões nesse conflito, sinto muito pelos inocentes de boa fé, que estão pagando com suas vidas e a de seus entes queridos pelo irracionalismo e a ganância dos atores principais.
Esse e apenas um caso relatado,e os que nao foram…… para mim esta claro os EUA e o maior fomentador de guerras e distúrbios civis por todo os lugares ,democracia e paz e so para a América .Ainda estao presos ao passado da guerra fria nao compreenderam que o mundo mudou nao sao donos do mundo nem xerifes que controlam tudo….O mundo de hoje e multipolar mas os EUA com visao míope e o pensamento narcisista querem a todo custo manter sua ganância e ambição nao respeitando lugares,tradicoes,cultura, povos etc. O mundo precisa de mais ONU e menos Otan que e dominada pelos EUA e seus menbros apenas marionetes nas suas maos .O objetivo dos Eua por exemplo tem em mente expandir a Otan por outros continentes Africa, Asia, America ou seja nao permitindo nenhum pais emergente crescer e andar por conta própria….Esses eventos deixa claro que os dois lados de uma moeda tem que ser contado porque o que importa alem do fator geopolítico tem o fator economico..