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Neste dia dois de novembro de 2020, Dia de Finados, o Brasil ultrapassou a triste marca da morte de mais de 160 mil pessoas pela Covid-19. O feriado, que tem por base a fé cristã, é tradicionalmente uma data para a celebração e respeito à memória dos entes queridos.
Entretanto, o que vemos por parte do presidente da República é, mais uma vez, o seu completo descaso. Com as vítimas da pandemia e com todos os brasileiros.
Segundo o levantamento do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) desta segunda-feira (02), o país chegou a 160.253 óbitos e 5.554.206 pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia.
Neste dia de Finados, a primeira manifestação pública de Jair Bolsonaro foi uma publicação em suas redes sociais em defesa do aumento do número de armas nas mãos de seus seguidores e do seu filho, ignorando o luto vivido por tantas famílias brasileiras.
Disse Bolsonaro:
“Povo armado jamais será escravizado. Muitos trabalharam e ainda se empenham para se evitar o desarmamento nos moldes de outros governos. Se a Veja pretendia atingir negativamente o Vereador @CarlosBolsonaro , acabou dando mais um tiro no próprio pé”.
A publicação faz referência a uma reportagem da revista ‘Veja’ – “Carlos Bolsonaro atuou para barrar o controle de armas e munições no país”, em que é relatada a atuação do zero dois de Bolsonaro para impedir a fiscalização das armas.
Mais uma vez, Bolsonaro mostra que a única família que ele se solidariza é a dele mesmo.
Além de não se solidarizar com as vítimas, Bolsonaro tenta agora sabotar a vacina que pode salvar a vida de milhões de brasileiros. É vergonhosa a atuação de Bolsonaro para que o Brasil permaneça na pandemia, numa situação em que centenas de pessoas estão morrendo diariamente.
Bolsonaro tenta impedir que o povo brasileiro tenha acesso à vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Ele desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e negou o acordo entre o órgão federal e o governo de São Paulo para apoiar o desenvolvimento e a inclusão da vacina no programa de imunização. Segundo Bolsonaro “a vacina chinesa não será comprada” pelo governo federal.
O resultado de seu incentivo à barbárie é o vergonhoso ato na Avenida Paulista no domingo (01), em que menos de 300 bolsonaristas se aglomeravam em frente a um carro de som gritando contra a vacina e contra o governador de São Paulo, João Doria.
A CoronaVac vacina é a mais avançada no país, os resultados dos testes clínicos já foram entregues e segundo o Instituto Butantan, a previsão é de que em dezembro, os resultados quanto à resposta do imunizante sejam entregues à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação e depois disso o uso pela população ser liberado.
Bolsonaro tenta agora criar uma falsa polêmica ao afirmar que um futuro imunizante contra a doença não será obrigatório no país. Porém, como demonstra o estudo publicado pela revista Nature, 85,3% dos brasileiros querem tomar a vacina que for aprovada pelos órgãos competentes no Brasil.
Portanto, não existe no país uma polêmica quanto à necessidade e os benefícios de uma vacina contra a doença. Bolsonaro age colocando em dúvida a eficácia da vacina, polarizando contra a possibilidade real de salvar centenas de milhares de vidas e colocarmos fim à pandemia.
DESMONTE
Além disso, enquanto o país chegava aos 160 mil mortos pelo novo coronavírus, Bolsonaro baixou o decreto 10.350, publicado no Diário Oficial da União (DOU), autorizando estudos para privatizar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, por sua vez, o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS).
Após forte pressão popular, Bolsonaro se viu obrigado a recuar e retirou o decreto.
Privatizar Unidades Básicas de Saúde significa que a população terá que pagar por qualquer atendimento, pelas consultas, pelas cirurgias, pelas vacinas, pelos medicamentos. Significa, em suma, o fim do SUS, uma conquista de mais de 30 anos do povo brasileiro.
Esta é a intenção de Bolsonaro. Ele não está satisfeito apenas em cortar as verbas, perseguir servidores da saúde e estrangular hospitais, ele quer boicotar vacina colocando a vida das pessoas em risco e ainda acabar com o acesso a saúde pública e gratuita no Brasil.
SOLIDARIEDADE
Diferente de Bolsonaro, diversos políticos brasileiros prestaram homenagens e condolências as vítimas da Covid-19.
O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), prestou homenagem as vítimas da Covid-19. “Hoje o dia é de oração. No Dia de Finados, devemos lembrar com amor das pessoas queridas que já partiram. Nesta data, me solidarizo com as mais de 160 mil famílias que perderam repentinamente um ente querido para a Covid-19. Minha homenagem p/ honrar a vida daqueles que se foram”, afirmou o tucano.
“Neste Dia de Finados, quero prestar minha homenagem às vítimas da #Covid19, em todo o país. Nossas orações e solidariedade para as famílias de mais de 160 mil brasileiros que perderam a vida no período da pandemia”, disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) falou que é um dia de reflexão. “Um dia de reflexão e muitas orações para aqueles que já não estão entre nós. E num ano marcado pela dor para milhares de famílias vítimas da Covid, numa das maiores tragédias sanitárias registradas no Brasil e no mundo. Uma pandemia que ainda continua tirando muitas vidas. A todas as famílias, minha solidariedade”.
O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), em vídeo, afirmou: “Neste dia de finados, deixo minha solidariedade e respeito a todos aqueles que perderam alguém que amam. O que fica é a saudade, os bons momentos e alegrias compartilhadas”, disse.
“Hoje é dia de relembrar dos que amamos e não estão mais entre nós. Também nos solidarizamos com todos aqueles que perderam seus entes queridos por causa da Covid-19. Somente no Brasil, mais de 160 mil pessoas perderam a vida em razão da doença”, afirmou Manuela D’Avila (PCdoB), candidata a prefeita de Porto Alegre.
“Neste dia dos finados, meu abraço solidário a todos que, nesse período tão difícil, não puderam se despedir de quem amam da forma como gostariam. Estamos juntos e juntas”, disse Manuela.
“Hoje, dia dos finados, eu gostaria de dedicar nossas sinceras lembrança e afago a todas as famílias do país que perderam alguém durante essa pandemia. Não esperávamos tamanha dor entre nós, mas só iremos superá-la juntos. Que Deus conforte nossos corações todos os dias”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues.
“Neste Dia de Finados, minhas melhores energias e pensamentos para as famílias enlutadas pelos quase 160 mil brasileiros mortos pela Covid-19. Que Deus dê forças para superarmos esse momento tão difícil”, afirmou o deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, Orlando Silva.
“Neste Dia de Finados, a minha solidariedade a todos e todas que vivem o luto da perda de uma pessoa querida. Que possam se sentir confortados e que permaneçam firmes. Cuidem-se!”, , afirmou o deputado federal Alessandro Molon.
“Mais uma triste marca para o Brasil: 160 mil pessoas morreram de covid-19 no país, graças ao descaso e à incompetência do governo. Meus sentimentos a todos e todas que perderam amigos e familiares”, completou.
“Vamos lembrar de todos que se foram, especialmente das 160 mil vidas perdidas no país. 160 mil mães, pais, irmãos, irmãs, tios, tias, avôs e avós. Sendo 12mil só na cidade do Rio por culpa desse presidente e prefeito irresponsáveis, que não se preocuparam com a pandemia. Nossos sentimentos por todos que se foram por conta da pandemia, da violência, da falta de oportunidade. Vamos lembrar deles e continuar na luta pelos que estão aqui”, afirmou a deputada federal Benedita da Silva candidata a prefeita do Rio de Janeiro.
“Saudade. Esse é sentimento mais forte do Dia dos Finados. Minha homenagem vai aos parentes das 160 mil vítimas da Covid no Brasil e a todos que perderam alguém querido. Também lembro meu pai, meu irmão, Marielle e tantas pessoas próximas que se foram e que nos deixam saudade. Como já dizia Chico Buarque, saudade é arrumar o quarto do filho que se já morreu”, afirmou o deputado federal Marcelo Freixo.