A NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) realizou, na quinta-feira (25), o seu 5º Congresso Nacional, em formato híbrido, reafirmando o compromisso da entidade em defesa dos trabalhadores nesse que, segundo os discursos, tanto do ex-presidente José Reginaldo Inácio, como do presidente eleito no Congresso, professor Oswaldo Augusto de Barros, é o pior momento dos últimos tempos vivido pelos trabalhadores e pelas organizações sindicais.
“O governo Bolsonaro tem sido o maior inimigo da classe trabalhadora e do sindicalismo”, afirmou José Reginaldo ao citar as constantes ameaças à organização sindical e os ataques aos direitos dos trabalhadores, a agenda precarizante, que desmonta a estrutura de proteção trabalhista e social, condição que, segundo o líder sindical, “protagoniza a ampliação do caos que espalha sofrimento e desalento a parcelas cada vez maiores da população brasileira”.
“O desemprego e as vagas criadas nos últimos governos, inicialmente dão a impressão do novo, mas o que se tem é trabalho precarizado, sem qualquer garantia para os trabalhadores”, disse o novo presidente da NCST, professor Oswaldo de Barros.
O Congresso, denominado José Calixto Ramos, “prestou homenagem a todos os dirigentes que, assim como o fundador e histórico presidente da entidade, foram vitimados pela Covid-19, pandemia que ceifou a vida de mais de 600 mil brasileiros, com impactos econômicos e sociais sem precedentes, ante omissões e ações contrárias ao consenso científico, e a pior gestão mundial no enfrentamento da pandemia”, afirmou a entidade.
“A despeito das reformas da legislação trabalhista e da previdência social, realizadas em 2017 e 2019, e que foram vendidas à sociedade como solução para o desemprego e como estímulo ao crescimento econômico, hoje a população desempregada atingiu 13,7 milhões e que se somada com a desalentada (5,3 milhões), atinge 19 milhões e a renda média do trabalhador recuou quase 10% no último ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – e não há perspectiva de melhoras no curto prazo, graças ao desemprego estrutural que tomou conta da economia”, afirma a “Carta Aberta de Brasília – Compromisso com a Nação e com a Classe Trabalhadora”, aprovada no Congresso.
“No campo político, vimos a ascensão da extrema direita no Brasil, propondo a redução do tamanho do Estado e a perversão da ordem institucional, atacando os Poderes constituídos e ameaçando com a ruptura democrática”, continua o documento.
Segundo a entidade, “maior prova dos desígnios desse grupo é a proposta de emenda constitucional 32/2020, que fere a separação de funções entre os poderes, torna a prestação de serviços públicos subsidiária à das empresas privadas, reduz o tamanho do Estado, precariza as relações de trabalho e rompe o pacto com a sociedade de contratação por concurso público, uma garantia da isenção do próprio ente público no trato das demandas sociais”.
“Nesse cenário de tamanhas adversidades e de perplexidades é preciso apresentar e defender alternativas ao modelo anti-Estado e contra-sociedade que vem tentando se impor atualmente, sendo esse o compromisso da recém eleita diretoria executiva da Nova Central Sindical de Trabalhadores com a Nação e com a classe trabalhadora”, diz o documento aprovado.
Durante o Congresso, foi sugerida uma moção para alteração do nome da entidade para “Central Sindical dos Trabalhadores – CST”. Por maioria de votos (75%) a mudança foi aprovada, mas ainda será submetida à análise do Conselho de Representantes.