A Defesa Civil de Minas Gerais informou, no início da noite desta quinta-feira (31), que há 110 mortos e 238 desparecidos após a tragédia provocada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Dos 110 mortos confirmados até agora, 71 foram identificados. Até agora, 394 pessoas foram localizadas. O número de desalojados ou desabrigados é 108.
O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, disse que a equipe da corporação ganhou, nesta quinta-feira (31), o reforço de bombeiros catarinenses e do Espírito Santo. Na quarta-feira, um grupamento de bombeiros vindos de São Paulo chegou à região para apoio nas buscas de vítimas.
ISRAELENSES DE SAÍDA
Um dia após o início dos trabalhos da equipe de soldados israelenses na busca das vítimas da Vale em Brumadinho, o embaixador de Israel, Yossi Avraham Shelley, afirmou que as tropas deverão voltar para o seu país em “dois, três dias”.
“Acho que daqui a pouco, dois, três dias, vamos voltar a Israel. No sábado, não trabalhamos, judeu se cuida no sábado. E, depois de quase quatro dias, a chance de achar algum vivo está diminuindo muito”, disse.
A última vítima foi encontrada com vida no sábado (26), um dia após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, provavelmente enquanto as tropas israelenses estavam de folga, já que eles só chegaram a Brumadinho na manhã da segunda-feira (28).
Pouco depois das declarações do embaixador daquele país. Em entrevista coletiva, o chefe da delegação de Israel, coronel Golam Vach, disse que não há prazo para voltar.
“Não está certo que vamos voltar na sexta. Vamos ficar aqui até não sermos mais úteis”, disse.
“Estamos enterrando rios e pessoas em Minas Gerais”
Nesta quarta-feira (30), o presidente do Fórum Mineiro de Comitês das Bacias Hidrográficas, Marcus Vinícius Polignano, concedeu entrevista em Brumadinho (MG), para informar sobre as ações dos Comitês em relação ao desastre ocorrido com o rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão.
“Estamos falando o mesmo há três anos. Em Minas, estamos enterrando rios e pessoas”, disse Polignano.
Polignano disse durante a coletiva que o rompimento da barragem da mineradora Vale, não deve ser classificado como tragédia, mas como um dos maiores crimes ambientais já registrados no estado.
Participaram também os presidentes dos Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Winston Caetano de Souza e da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda.
Dentre a discussão, o Fórum Mineiro de Comitê das Bacias Hidrográficas, junto aos outros comitês, divulgou que está criando um gabinete de crise da sociedade civil para participar do processo de averiguação e resoluções sobre o desastre ambiental e humano em Brumadinho.
“Queremos dizer aqui da responsabilidade de todos: empresa, estado, poder político. Depois de três anos [desde o rompimento de outra barragem, em Mariana], estamos aqui falando o mesmo do mesmo, ouvindo declarações quase que as mesmas, para dizer de uma situação em que estamos enterrando rios e pessoas. Isso é inadmissível, que continuemos a fazer esse tipo de política pública”, afirmou.
A equipe dos representantes realizou uma visita técnica na terça-feira (29) para avaliar as consequências do rompimento da barragem do Córrego. O objetivo é saber a extensão dos danos ambientais no Rio Paraopeba, verificando as medidas para amenizar possíveis efeitos da lama de rejeitos de minérios no Rio São Francisco, distante 335 quilômetros do local do desastre.
Assista as imagens da tragédia