“Não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de Estado, com ataque aos Poderes, com depredação do patrimônio público, histórico imaterial e material do Brasil”, afirmou
Na última quinta-feira (4), o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou que a Operação Lesa Pátria da PF (Polícia Federal) não tem data para acabar.
A Operação Lesa Pátria investiga os envolvidos nos atos contra os Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, na tentativa de golpe de Estado.
A fala de Cappelli ocorreu durante ato de assinatura do PAI (Protocolo de Ações Integradas), que prevê a atuação das forças de segurança distritais e do governo federal na próxima segunda-feira (8), 1 ano após os atos antidemocráticos, que intentaram violentamente contra a democracia e o Estado de Direito.
O secretário-executivo afirmou ainda que a Lesa Pátria “segue sem data para acabar, desvendando tudo o que aconteceu naquele dia”.
“No dia de hoje [quinta-feira], é muito difícil uma pessoa cometer crime e desaparecer. Nossa Polícia Federal vai continuar realizando o trabalho de defesa da democracia brasileira”, disse Cappelli.
NÃO SE REPETIRÁ
Ele acrescentou ainda que “não há hipótese de se repetir em 8 de janeiro de 2024, o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023”.
“Aquilo foi inaceitável. O Brasil é livre e democrático. Aqui, todo mundo vota em quem quiser, manifesta a preferência política e ideológica livremente”, disse.
“É bom que seja assim. Não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de Estado, com ataque aos Poderes, com depredação do patrimônio público, histórico imaterial e material do Brasil”, afirmou.
OPERAÇÃO LESA PÁTRIA
Na 1ª fase da Lesa Pátria, em 20 de janeiro de 2023, a PF realizou operação contra o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que foi afastado, em 9 de janeiro 2023, por determinação de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em 30 de novembro de 2023, a PF deflagrou a 22ª fase da Operação Lesa Pátria. O objetivo era identificar pessoas que financiaram e fomentaram os atentados de 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 9 de janeiro de 2023, no dia seguinte aos atentados golpistas, a PF prendeu em flagrante 2.151 pessoas que teriam participado das ações e seguiram acampadas diante de quartéis em Brasília.
Destas, 745 (pouco mais de 1/3 dos presos em flagrante) foram liberadas após a identificação, entre eles maiores de 70 anos, pessoas com idade entre 60 e 70 anos com comorbidades e 50 mulheres que estavam com filhos menores de 12 anos nos atos.
Inicialmente, as investigações foram facilitadas porque os suspeitos divulgaram indícios e provas dos crimes em redes sociais. Além disso, voluntários criaram perfis e contas para ajudar as autoridades com a identificação dos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro. A PF também divulgou endereço eletrônico (e-mail) como canal para denúncias.