As centrais sindicais reagiram à redução de apenas 0,5% na taxa básica de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), decidida na quarta-feira (2). Para a Força Sindical, o Banco Central, ao reduzir os juros pela primeira vez em três anos, “acertou o remédio”, mas, prossegue a entidade, “errou na dose”.
Em nota assinada pelo presidente da entidade, Miguel Torres, a Força afirma que “a queda é necessária e importante neste momento, mas o Banco Central deve continuar o processo de redução nas próximas reuniões”. De acordo com a central, “a redução é insuficiente” e a Taxa em 13,25% “ainda é proibitiva!”.
A entidade ressalta que irá continuar na luta pela redução da Taxa Básica de Juros, “como importante passo rumo ao fortalecimento e crescimento da economia”. “Juros exorbitantes inibem o consumo, a produção e, consequentemente, a geração de postos de trabalho. Vale destacar que os tecnocratas do Banco Central perdem uma ótima oportunidade de reduzir drasticamente a Taxa Selic e, assim, dar uma injeção de ânimo no setor produtivo e na geração de empregos”, diz a nota.
Conforme a Força Sindical, “juros nas alturas são uma forma de concentrar cada vez mais renda nas mãos de poucos”. “O país precisa investir no fomento da produção, na geração de empregos e na distribuição de renda para retomar o caminho do seu crescimento econômico”.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se posicionou em nota, afirmando que “manter a Selic num patamar de 13% impede o crescimento econômico e a geração de emprego e renda”.
Para a CUT, “apesar da significativa melhoria de todos os indicadores macroeconômicos, o Comitê de Política Monetária (Copom) faz um corte muito abaixo do possível e necessário na taxa Selic, mantendo as taxas de juros nas alturas e seu sistemático boicote ao povo brasileiro”.
A entidade salienta que “a redução de apenas 0,5% em uma taxa Selic que vem sendo mantida em patamares superiores a 13% desde agosto de 2022 continua sendo inaceitável”. E afirma que a “posição intransigente por parte de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem sido uma forma de fazer oposição sistemática ao governo federal e ao crescimento econômico”.
A entidade cita medidas adotadas pelo governo do presidente Lula no sentido de recuperar a economia e alguns resultados, e ressalta que “neste contexto, é injustificável manter a taxa Selic em patamares superiores a 13%”.
“Um crescimento econômico e uma geração de emprego e renda mais pujantes só não ocorrem devido à manutenção da taxa Selic em patamares superiores a 13%. As taxas de juros nas alturas sangram os cofres públicos e emperram o consumo e uma retomada mais forte do crescimento”, diz a CUT.
A central acusa o presidente do BC de, mesmo em plena deflação, insistir em “atender os interesses dos banqueiros e agiotas”, e finaliza a nota conclamando a sociedade e os poderes constituídos “para que solicitem que o Senado Federal tome as medidas cabíveis para retirar da presidência do BC um inimigo do Brasil”.