O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou o ministro Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia, de “burro” e falou que sua gestão é “incompetente” e, por isso, não deverá receber os R$ 600 milhões que foram retirados de seu orçamento.
As falas foram feitas em uma reunião com representantes da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que reivindicavam a devolução do dinheiro para a pasta.
Durante a reunião, Paulo Guedes falou que Marcos Pontes vive no “espaço” e que ele não sabe fazer gestão.
Guedes disse ainda que ele não vai conversar com o “astronauta”, se referindo a Pontes, e sim com técnicos que entendam do assunto.
A argumentação de Paulo Guedes para dizer que o Ministério de Ciência e Tecnologia não deve receber seus recursos de volta é que até o momento foram gastos 59% do dinheiro empenhado para o ano. Para isso, ele fez até uma apresentação de slides para os parlamentares.
Guedes criticou as prioridades de Marcos Pontes, falando que o dinheiro no Ministério da Ciência ia parar em “foguetes”. Neste momento, Paulo Guedes chamou o ministro Marcos Pontes de “burro”.
Guedes também reclamou de outros ministros que não gastam todos os recursos que recebem, como Onyx Lorenzoni, do Trabalho.
Um deputado que estava na reunião disse que Onyx Lorenzoni gasta dinheiro fazendo campinhos de futebol e campeonatos no sul do país. Segundo fonte ouvida pela Folha de S.Paulo, Guedes concordou imediatamente, e acrescentou, em tom crítico, que Lorenzoni distribui medalhas e troféus ao invés de pensar nas questões de seu Ministério.
Ainda na reunião, o ministro da Economia reclamou que existe um movimento que tenta culpá-lo pelo desastre econômico e derrubá-lo do Ministério. “Às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui”, disse.
O vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, Evair Melo (PP-ES), esteve presente na reunião e disse que Guedes não chamou Pontes de “burro” e incompetente como ofensa. “Isso é como time de futebol. Não tem ninguém ofendendo ninguém, não. Em momento algum tem tom pejorativo”.