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A pretendida visita de Pelosi à província rebelde chinesa de Taiwan já levou o presidente Xi Jinping a fazer a mais contundente advertência ao governo Biden, além de não descartar resposta militar frente à ingerência externa
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, embarcou em uma viagem à Ásia, neste domingo (31), informando que visitará quatro países da região mas sem mencionar sua anunciada provocação na ilha chinesa de Taiwan, em meio a informações desencontradas e/ou ausência de confirmação sobre a questão.
Pelosi informou que visitará Cingapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão onde realizará “reuniões de alto nível” para discutir, entre outros assuntos, pandemia de COVID-19, a crise climática e direitos humanos. Não esclareceu se pretende levar aos países visitados a experiência do seu próprio país no combate à pandemia e com relação aos direitos humanos.
A veterana presidente da Câmara disse ainda que a delegação de seis membros fez uma escala no estado do Havaí, onde participou de um briefing com líderes do Comando da Ásia-Pacífico dos EUA (USINDOPACOM) e visitou o monumento de Pearl Harbor, memorial que demarca o antigo ancoradouro do USS Arizona, afundado por tropas japonesas, estopim para que os Estados Unidos entrassem na Guerra Mundial contra o nazismo.
XI EXIGE RESPEITO AO “PRINCÍPIO DE UMA SÓ CHINA”
Mas, a possível visita a Taiwan, onde ainda existem grupos separatistas insuflados pelos EUA, não ficou totalmente esclarecida. O presidente da China, Xi Jinping, e o dos EUA, Joe Biden, conversaram por telefone na quinta-feira (28). A agência de notícias Xinhua informou que Xi pediu a Biden que os Estados Unidos respeitem o “princípio de uma só China” e reiterou sua firme oposição à interferência de forças externas nas questões internas de seu país.
“Aqueles que brincam com fogo vão acabar se queimando”, alertou Xi, segundo a agência, a mesma expressão que usou em uma conversa entre os dois líderes em novembro passado
“Temos afirmado repetidamente nossa posição de que nos opomos fortemente à visita da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, a Taiwan. Se os Estados Unidos insistirem e desafiarem as posições básicas da China, inevitavelmente enfrentarão fortes contramedidas. O lado dos EUA terá que arcar com todas as consequências que surgirem disso”, já havia advertido Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na véspera da conversa telefônica entre Xi e Biden.
O jornal britânico Financial Times, citando fontes norte-americanas, revelou que a China também enviou uma dura advertência privada ao governo de Joe Biden. O relatório nem sequer descartou uma possível resposta militar da China a esse respeito.
RÚSSIA QUESTIONA EVENTUAL VIAGEM DE PELOSI A TAIWAN
O desconforto com a viagem de Pelosi não se limitou à China. Por meio de uma nota divulgada neste domingo no Telegram, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, questionou a eventual passagem de Pelosi por alguns países asiáticos.
“Por um lado, os voos de Pelosi podem ser considerados uma perigosa aventura político-militar. Por outro lado, são ‘voos de um sonho’. Tão inapropriado e surreal como tudo o que acontece com a política estadunidense’, criticou a porta-voz russa.