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A Polícia Federal (PF) desmentiu os golpistas bolsonaristas, na última segunda-feira (9), segundo os quais uma idosa tenha morrido após ter sido detida no acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército, em Brasília.
Na segunda, cerca de 1,2 mil pessoas foram retiradas do local e levadas ao ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, após os ataques terroristas cometidos nas sedes dos três poderes, no último domingo (8).
“A Polícia Federal informa que é falsa a informação de que uma mulher idosa teria morrido na data de hoje (9/1) nas dependências da Academia Nacional de Polícia”, diz a nota da corporação.
A informação do suposto óbito se espalhou pelas redes sociais. A foto usada no boato, no entanto, está disponível em um banco de imagens gratuito.
Ao jornal “O Globo”, o fotógrafo responsável pela foto, Edu Carvalho, disse que ela está sendo usada indevidamente. Segundo Edu, a imagem retrata a sogra dele, Deolinda Tempesta Ferracini, que morreu em novembro de 2022, devido a um acidente vascular cerebral (AVC).
O boato foi repercutido pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF) em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na noite de segunda.
D tribuna da Câmara, Bia Kicis disse: “acabo de receber uma notícia de que uma senhora veio a óbito hoje nas dependências da Polícia Federal. Não foi nas dependências da PM, não. Falo de uma senhora a quem foi negado comida e água e que, depois de horas, e horas, e horas a fio sendo destratada e descuidada, veio a falecer”.
“É preciso ainda confirmar essa informação, mas a recebi de mais de uma fonte. Quero aqui lamentar e até torcer para que isso não seja verdade, mas, se for, isso não aconteceu nas dependências da Polícia Militar, e sim, nas da Polícia Federal, que é ligada ao governo federal”, disse.
Em seguida, já fora da tribuna, Kicis interrompeu a sessão para dizer que a informação do suposto óbito tinha sido confirmada pela OAB-DF.
“É só para falar que a OAB acabou de confirmar o falecimento da senhora que estava lá sob a custódia da Polícia Federal. Só queria confirmar porque eu disse que não tinha certeza. Era só para confirmar essa informação muito triste”, disse, mas era mentira.
O interventor Ricardo Cappelli, que assumiu a segurança pública no Distrito Federal após decreto do presidente Lula (PT), também negou a informação.
O desmonte do acampamento de bolsonaristas radicais foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada depois que terroristas atacaram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
Horas após a decisão, a Polícia Militar e o Exército fizeram uma operação para desmontar o acampamento. Cerca de 1,2 mil pessoas foram detidas e levadas à PF para uma triagem. O grupo teve de esperar os procedimentos em um ginásio.
No local, os radicais têm acesso a água, comida, celulares e ficam com os próprios pertences. Idosos também tiveram preferência para passar pela triagem. A PF confirmou que houve casos de mal-estar, mas que todos foram prontamente atendidos, sem maior gravidade. Tendas de saúde também foram montadas no local pelo Corpo de Bombeiros.
Na noite de segunda, a corporação liberou ônibus com mulheres com filhos pequenos, idosos com comorbidades, e menores de idade que haviam sido detidos no acampamento. A PF disse que ainda não tem um balanço de quantas pessoas foram liberadas, nem quantas permanecem detidas.