Raquel Dodge, procuradora-geral da República, denunciou Geddel Vieira Lima, seu irmão Lúcio Vieira Lima, um irmão e a mãe, por crime de peculato, por terem desviado o dinheiro de salários de pelo menos cinco assessores.
Geddel, que foi ministro da Integração Nacional de Lula, durante os anos de 2007 e 2010, chefe da Secretaria de Governo de Temer (2016) e vice-presidente de Pessoa Jurídica (2011 a 2013) na gestão de Dilma Rousseff, está preso desde setembro de 2017, quando a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões escondidos em apartamento em Salvador. Na época, ele foi denunciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Lúcio (MDB-BA) é deputado federal, mas não conseguiu se reeleger e perderá o foro privilegiado a partir de janeiro.
A nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi feita a partir das investigações sobre a origem do dinheiro encontrado. A PGR afirma que parte do dinheiro vinha do desvio de até 80% do salário de assessores nomeados. Um deles, Job Ribeiro Brandão, que trabalhou para a família por 27 anos, colaborou com as investigações e não foi denunciado. Somente no caso de Job foram desviados R$ 4,3 milhões.
“Job tomou posse por procuração e nunca trabalhou nos gabinetes de Lúcio e de Geddel, em Brasília. Nunca trabalhou em sedes de partidos, nem em escritórios de apoio parlamentar no estado de origem (…) Não se dirigia nem interagia com o eleitorado ou lideranças políticas. Nunca teve sua jornada de trabalho ou frequência aferida ou informada à Câmara dos Deputados”, observa a denúncia.
Outros quatro assessores também foram denunciados. As investigações demonstram que estes atuavam como “funcionários fantasmas” no gabinete de Lúcio. Eles moravam em cidades distantes de Salvador ou Brasília e cumpriam apenas tarefas de cunho privado. Somados, os valores desviados pela família de Geddel ultrapassam R$ 5,2 milhões.