Policiais civis de todo o Brasil realizaram um protesto na tarde desta terça-feira, 21, em frente ao Congresso Nacional, como parte da mobilização da categoria contra o projeto de Bolsonaro de reforma da Previdência.
O ato foi organizado pela União dos Policiais do Brasil (UPB), Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ) e entidades filiadas. Com cruzes no gramado e cartazes com os dizeres “Não à Reforma”, cerca de 4 mil policiais denunciaram as conseqüências do projeto para os profissionais da segurança pública, com a elevação da idade mínima e do tempo de contribuição.
A proposta do governo condena os trabalhadores a trabalharem até a beira da morte, exigindo uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens e 40 anos de contribuição para obter a aposentadoria integral.
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No caso da categoria dos policiais, não há nem a diferenciação entre homens e mulheres, com a exigência de uma idade mínima de 55 anos para ambos. Em relação ao tempo de serviço, a regra passaria a exigir 25 anos para mulheres (desde que tenham 15 anos de tempo de exercício) e 30 para homens (com 20 anos de tempo de exercício).
“O efeito dessa reforma passando do jeito que está vai ser o desinteresse pela carreira policial”, disse André Gutierrez, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores e Policiais Civis.
Para a diretora do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal (Sindepo), Claudia Alcântara, com esse ato, os policiais querem mostrar a insatisfação da categoria com o projeto e com a forma como estão sendo tratados.
Além de exigir idade mínima e elevar o tempo de contribuição, o projeto do governo exclui a seguridade de benefício para o risco de vida, aumenta as alíquotas previdenciárias e diminui as pensões para cônjuges de policiais.
“Estamos na nossa luta diária, colocando em risco as nossas vidas. Queremos a mesma forma de tratamento que os militares recebem”, disse. E continuou: “Somos seres humanos doando nossa força de trabalho para defender a população brasileira”.
“Hoje, o sentimento que nós carregamos é o sentimento de traição. É o sentimento de traição porque nós fomos esquecidos. E fomos esquecidos propositalmente”, declarou um dos manifestantes em discurso durante o ato.