Protestos mobilizaram policiais em diversos estados e no DF nesta quinta-feira (12)
Policiais federais protestaram e fizeram paralisações hoje em todo o Brasil para cobrar a promessa de reajuste salarial e reestruturação de carreira feita por Bolsonaro em dezembro do ano passado.
Segundo a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), as paralisações foram definidas pelas unidades da PF em todos os estados.
Em frente às sedes das corporações, os policiais federais protestaram exibindo faixas como “Desvalorizar os policiais federais é fortalecer a corrupção”, “Presidente Bolsonaro, compromisso se cumpre. Não se corta dessa forma”, ou “A quem interessa uma polícia desvalorizada?” e “Exigimos o cumprimento das promessas do governo federal”.
Durante o dia, as entidades repudiaram a única proposta feita pelo governo em relação aos servidores, que foi a de um reajuste de apenas 5%. “O aumento salarial de 5% para todo o funcionalismo público federal não atende às demandas dos profissionais de segurança pública da União”. “5% de aumento não repõem as perdas inflacionárias dos últimos anos”, afirma a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
Em entrevista ao HP, o presidente Federação, Marcus Firme, relatou que as entidades tiveram aceno de uma abertura de conversa com o governo, mas ainda sem uma proposta concreta. “Mesmo assim, decidimos manter as manifestações de hoje em todos os estados e no DF”. Segundo ele, os servidores da segurança pública, ainda esperam “uma sensibilidade por parte do governo”.
Firme destacou que a reestruturação da carreira, reivindicada pela categoria, é essencial, além da reposição das perdas que corrija as perdas inflacionárias. “Desde a reforma da Previdência temos a promessa de que fosse feita uma reestruturação, para corrigir diferenças históricas, dentro da própria instituição, entre agentes. Todas as categorias tiveram reestruturação e a nossa não foi feita”, afirmou Marcus Firme em justificativa à insatisfação da categoria.
Ele afirma que as perdas na reforma da Previdência foram muitas. “Além da redução direta no salário com o aumento da alíquota, tivemos outras perdas terríveis de pensão, de aposentadoria por invalidez. Se acontece um acidente de carro numa missão, o policial não recebe a pensão com o salário integral, fica com 30% do salário. É um absurdo. Estamos prevendo corrigir isso”, disse.
“Tivemos um ato muito positivo, conseguimos reunir muita gente. Vimos que o ato teve ecos em todos os estados — afirma Luiz Carlos Cavalcanti, presidente do sindicato dos policiais federais no Rio e vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).