
Policiais Civis, Federais, Rodoviários Federais, Guardas Municipais e Socioeducativos ocuparam o Congresso Nacional desde a noite de segunda-feira (1) em protesto contra a reforma da Previdência e o relatório da PEC 6, apresentado pelo deputado Samuel Moreira, que não contempla as reivindicações da categoria.
Durante o protesto, os policiais acusaram o presidente de “traição”.
“Estamos cansados de tanto empurra-empurra, desde a palavra não cumprida do presidente Bolsonaro até o compromisso não assumido pelas lideranças do governo no Congresso Nacional. O que queremos é tão-somente o direito a uma aposentadoria justa, através de um sistema diferenciado por conta da atividade de risco que exercemos e conforme os militares estão sendo tratados”, afirmou o presidente da Cobrapol, André Luiz Gutierrez.
Os policiais também lutam pela garantia de pensão integral em decorrência de morte em serviço, regra de transição igual a dos militares (que é o pedágio de 17% sobre o tempo que falta para se aposentar), além da integralidade e paridade.
Na regra atual, para se aposentarem com benefício integral, não é exigida idade mínima, mas 30 anos de contribuição e 20 anos, no mínimo, na função policial. E a PEC 6 prevê a integralidade às carreiras desde que os profissionais tenham, no mínimo, 55 anos de idade e 40 de contribuição, além de 25 anos no cargo.
Na segunda-feira, os representantes dos policiais se reuniram com o relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que disse não ver necessidade em mais flexibilizações nas regras para categorias policiais. “Não tem sacrifício. Eu acho que sacrifício é ficar desempregado”, disse o relator.
Nesta terça-feira, policiais organizados pela União dos Policiais do Brasil (UPB) realizam manifestação em Brasília e prometem elevar a pressão durante a semana contra as mudanças nas regras de aposentadoria.