Dois meses após a queda do viaduto na marginal Pinheiros, uma ponte que liga a marginal Tietê à rodovia Presidente Dutra foi interditada pela Prefeitura de São Paulo sob o risco de desabamento. De acordo com a Secretaria da Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) o fechamento do acesso ocorreu devido ao rompimento de uma viga de sustentação da ponte.
O problema foi detectado numa vistoria de emergência contratada pela Prefeitura para averiguar oito pontes na marginal Tietê, que foram consideradas com riscos para a população: Ponte da Casa Verde, Ponte Jânio Quadros, Ponte das Bandeiras, Ponte da Freguesia do Ó, Ponte Cruzeiro do Sul, Ponte Tatuapé, Ponte Dutra (acesso via expressa) e Ponte Dutra (acesso marginal).
A interdição da ponte se deu um dia após a contratação da empresa para a vistoria e apontou que os usuários dos mais de 50 mil veículos que passam pela ponte diariamente já estavam sob risco.
O laudo preliminar alertava para o rompimento de uma viga de sustentação da ponte. A empresa sugeriu a realização de uma vistoria conjunta, com o uso de equipamentos que permitissem visualizar o problema. “Após análise ficou decidido que a ponte seria interditada para garantir a segurança dos usuários”, diz o comunicado da Prefeitura.
O prefeito da capital paulista, Bruno Covas, disse que a vistoria foi feita a pedido do Tribunal de Contas do Município (TCM) para justificar a contratação de emergência dos laudos. “Esse foi um diagnóstico feito no plano de trabalho que a empresa apresentou hoje, que ela foi contratada hoje. Quando tivemos o incidente lá no viaduto da Marginal, nós já solicitamos ao Tribunal de Contas do Município que autorizasse a Prefeitura a fazer contratação emergencial desses laudos. O TCM autorizou desde que a gente fizesse uma vistoria justificando a contratação emergencial. Exatamente por isso que a gente só contratou a empresa no dia de hoje”.
Covas disse que a Prefeitura fará oficialmente uma solicitação de reconsideração do TCM para contratar laudos para os 185 viadutos e pontes da cidade. “A situação que se encontram essas pontes e viadutos já justificam por si a contratação de forma emergencial na cidade de São Paulo”, disse Covas.
MANUTENÇÃO
Dias após o viaduto da marginal Pinheiros ceder dois metros, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para investigar a falta de verba para a manutenção das pontes e viadutos da cidade.
Em 2017, no primeiro ano da gestão de João Dória, a Prefeitura gastou apenas 5,83% do orçamento para a área.
De acordo com a promotoria, o foco da investigação é a falta de investimento da atual administração municipal, e de prefeitos anteriores, na manutenção dos viadutos e pontes da cidade. A ausência de licitação em obra emergencial também é questionada.
O MP irá investiga a possível omissão da atual gestão municipal na manutenção de pontes e viadutos. Os gastos questionados são referentes ao ano de 2017. A atual gestão municipal teria aplicado somente 5% do estabelecido pela regra orçamentária, o equivalente a R$ 2,4 milhões do dinheiro previsto (R$ 44,7 milhões) para manutenção de pontes e viadutos da cidade de São Paulo.
“Instauramos um inquérito civil para apuração de eventual improbidade administrativa. Especialmente no sentido de que é um dever de todo o gestor aplicar e cumprir as regras orçamentárias que são a eles determinadas. O que se sabe é que essa gestão atual gastou apenas 5% das verbas destinadas à essa manutenção”, afirmou o promotor Marcelo Milani.
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