Enquanto o país precisa urgentemente viabilizar a ampliação das doses de vacinas necessárias para dar continuidade à vacinação iniciada no domingo, após a autorização pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso emergencial de um lote de 6 milhões da vacina chinesa CoronaVac, do Instituto Butantan, e da vacina do laboratório AstraZeneca, que ainda não existe Brasil, uma terceira vacina, a russa Sputnik-V, já começou a ser produzida por aqui pela farmacêutica nacional União Química, mas todas as suas doses serão exportadas para países da América Latina.
No sábado (16), a União Química teve o pedido de registro para uso emergencial da vacina negado pela Anvisa.
Embora a Sputnik-V já esteja sendo usada na Rússia desde 5 de dezembro de 2020, e já tenha sido aprovada por órgãos de vigilância sanitária de países como Sérvia, Belarus, Argentina, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela e Paraguai, além de outros dois em processo de aprovação, a Anvisa disse que o registro da Sputnik-V foi recusado por não apresentar “requisitos mínimos para submissão e análise”, e que não foram feitos testes clínicos com o imunizante em território brasileiro.
A Argentina já recebeu um segundo lote da vacina vindo da Rússia, com cerca de 300 mil doses, e continuará seu programa de imunização com as vacinas que estão sendo produzidas no Brasil pela União Química.
“Estamos lutando muito por esse registro e vamos priorizar o Brasil quando a Anvisa liberar”, afirmou o diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso, ressaltando que a vacina será totalmente produzida no Brasil, com total transferência de tecnologia para o país.
“Temos previsão de chegar à produção de 8 milhões de doses por mês ainda no primeiro semestre”, afirmou.
O governo da Bahia, que tenta importar doses da Sputnik-V de maneira emergencial em acordo direto com Moscou, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal, no sábado (16), para que autorize a importação.
“Lamentavelmente a Anvisa persiste na postura inflexível diante da calamidade pública que o Brasil enfrenta, o que a enfraquece e diminui. Esperamos que os tribunais superiores do país possam estar mais conectados com a realidade e dar uma resposta urgente à nossa sociedade”, afirmou Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia.
Uma lei já aprovada na Câmara, mas que ainda não passou pelo Senado, libera o uso emergencial de vacinas estrangeiras caso elas tenham sido aprovadas por serviços sanitários de outros países.