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O ato em defesa de Jair Bolsonaro (PL) realizado na Avenida Paulista no último domingo (25), contou com a presença do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O prefeito que não falou no carro de som durante a manifestação bolsonarista, recebeu diversas críticas, principalmente por ir contra ao seu antecessor, Bruno Covas, democrata que faleceu em 2021.
Para os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Tábata Amaral (PSB), o ex-prefeito Bruno Covas teria “vergonha” de ver seu vice participando do evento.
Ricardo Nunes compareceu ao ato bolsonarista deste domingo e postou fotos nas redes sociais ao lado do governador e da primeira-dama de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e Gracinha Caiado, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freiras (Republicanos) e do senador Marcos Pontes (PL-SP).
“É uma vergonha que alguém que se elegeu vice de Bruno Covas, democrata que SEMPRE foi contra o Bolsonarismo, esteja hoje na Paulista defendendo justamente o ataque à democracia promovido por Bolsonaro”, publicou Boulos.
Tabata Amaral, por sua vez, criticou a manifestação bolsonarista como um incentivo à polarização e afirmou, também pelas redes sociais, que “Nunes demonstra topar qualquer negócio para se manter no poder e envergonha o legado de Bruno Covas”.
Bruno Covas morreu em maio de 2021, durante seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo, vítima de complicações de um câncer no sistema digestivo com o qual lutava desde 2019. Ele assumiu o cargo inicialmente em 2018, quando o então prefeito João Doria (sem partido) renunciou para disputar o governo estadual, e foi reeleito em 2020 com Ricardo Nunes como companheiro de chapa.
Chefe do Executivo municipal nos anos iniciais da pandemia de Covid-19, Covas manteve o alinhamento ao PSDB e ao governo Doria de incentivo à vacinação e às medidas de isolamento social. A postura assumida em seus anos finais de vida colocou o prefeito em rota de colisão com Bolsonaro, defensor da ampla reabertura dos serviços e da suposta “imunidade de rebanho”.
MINISTÉRIO PÚBLICO
A deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves, ambas do Psol, protocolaram ofício no Ministério Público de São Paulo (MPSP) questionando a participação do prefeito da capital, Ricardo Nunes.
As parlamentares apontam um possível “uso de aparatos e recursos públicos” de Nunes no evento e contestam a própria presença dele no ato bolsonarista. No documento, Sâmia e Luana dizem que, “segundo munícipes”, Nunes teria usado carro oficial, segurança pública, e outros possíveis recursos públicos para comparecer ao ato em defesa de Bolsonaro.
Elas pedem uma investigação do MPSP com o intuito de verificar o uso de estrutura pública e se houve algum ato ilícito na presença do prefeito de São Paulo no evento na Avenida Paulista no domingo.
“Se verdadeiros, os fatos indicam evidente violação ao direito público, sendo, caso tenha indícios de irregularidade ou ilegalidade, requer a investigação por parte do Ministério Público de São Paulo, por meio da instauração de inquérito e todos os demais meios que possibilitem a atuação no caso”, diz o documento.
O MPSP também foi acionado pela deputada federal Luciene Cavalcante (PSol), pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSol) e pelo vereador Celso Giannazi (PSol) que contestam os custos e finalidades da estadia de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro (PL) no Palácio dos Bandeirantes. O ex-presidente e a ex-primeira-dama ficaram hospedados na sede do Governo de São Paulo entre sábado (24) e este domingo.
Eles acusam Tarcísio de Freitas de violação da impessoalidade, da imparcialidade da gestão pública, “ferindo a moralidade administrativa e se utilizando de patrimônio público para fins pessoais e político-partidários”.