O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, condenou, na tarde desta sexta-feira (9), o assassinato, a facadas, de um apoiador durante discussão com um bolsonarista em Mato Grosso.
“É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”, disse Lula nas redes sociais.
Segundo a Polícia Civil do MT, Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, que é apoiador de Bolsonaro (PL), desferiu ao menos 15 facadas e, depois, usou um machado para tentar decapitar Benedito Cardoso dos Santos, que tinha 42 anos e era apoiador de Lula.
De acordo com o delegado responsável pela apuração, o crime foi motivado por violência política.
O crime ocorreu em Confresa, cidade a cerca de 1 mil km de Cuiabá. A vítima e o autor trabalhavam juntos no corte de lenha para uma cerâmica em uma propriedade na zona rural de Confresa. Oliveira foi preso e deve ser transferido ainda nesta sexta para um presídio.
Bolsonaro instiga seus apoiadores ao crime. Nesta mesma sexta-feira ele discursou durante campanha no Tocantins, chamou o PT de “praga” e defendeu “varrer” o partido para o “lixo da história”.
Esse crime político se soma ao assassinato do petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em Foz do Iguaçu, no dia 9 de julho. Ele foi morto a tiros pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.
Arruda comemorava o seu aniversário com temática de Lula, quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando “Aqui é Bolsonaro”. O bolsonarista saiu com seu carro e voltou logo depois baleando Arruda, que morreu após ser socorrido.
“Isso é gravíssimo. Espero que a polícia esteja atenta e a própria Justiça Eleitoral para ver se isso tem ordem, para ver se isso tem orientação, para ver se isso é uma estratégia de política”, afirmou Lula durante entrevista.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula, ofereceu “consternado sentimentos à família e aos amigos de Benedito Cardoso dos Santos”. “O assassinato de que ele foi vítima não condiz com o Brasil. A política é entendimento, não violência. Não pode haver lugar para o ódio”, disse.
Outros presidenciáveis também se pronunciaram e condenaram o crime.
O candidato Ciro Gomes (PDT) afirmou que “mais uma vítima da guerra fratricida, semeada por uma polarização irracional e odienta que pode inundar de sangue o nosso solo. Abaixo a violência política. O Brasil quer paz!”.
A senadora Simone Tebet (MDB) cobrou que “o presidente, como representante do povo, precisa clamar por paz e união”. “A incitação ao ódio leva à violência, que faz mais uma vítima. Chega de briga! Chega de divisão! Enquanto eles separam o Brasil, nós vamos uni-lo com amor e coragem!”, disse.
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, declarou que “estamos regredindo de mãos dadas com a barbárie”. “Tem gente morrendo no Brasil por causa de adversidade política e partidária”. Segundo a candidata, “envergonham o País com corrupção, nos distraem com a polarização e, além disso, derramam sangue alheio”.
O candidato do Novo, Felipe D’Avila, lamentou “o crime brutal ocorrido em Mato Grosso”.
Segundo ele, “numa democracia real, divergências políticas são resolvidas com diálogo e respeito”. “Não é o que temos visto no Brasil, infelizmente. E quando a política é tomada pela violência, significa que caminhamos rumo à barbárie”, escreveu no Twitter.
“Aproveito para prestar minha solidariedade à família da vítima. Precisamos, urgentemente, pacificar o Brasil. Chega do nosso país e da nossa gente dividida”, ressaltou.