Em audiência pública realizada na quarta-feira (3) pela Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), Floriano Martins de Sá Neto, afirmou que “o governo faz terrorismo contra idosos”, e que “é preciso que o governo apresente um projeto de desenvolvimento nacional para 60% da população brasileira”.
“Aí sim teremos condições de garantir a tranquilidade do idoso e que a economia se desenvolva… A discussão está errada. Não é necessário fazer esse terrorismo de que os idosos é que são o problema”, disse Sá Neto.
Ao destacar que o problema da Seguridade Social não está em suas despesas, mas sim na gestão de sua arrecadação, Floriano Sá Neto apresentou gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para desmistificar o discurso do governo de que o problema da Previdência e Seguridade Social seja demográfico.
Ele explicou que em 1980 a população economicamente ativa, representada por brasileiros entre 15 e 64 anos, estava em 57%. Em 2060, a previsão é de que essa faixa chegue a 60% da população brasileira. O problema é o idoso?”, questionou Floriano.
Floriano Sá Neto falou ainda da injustiça que está sendo praticada contra os trabalhadores rurais. Ele esclareceu que em 2014, no meio urbano, 45% dos brasileiros começam a trabalhar com 14 anos ou menos; no rural, 78% dos brasileiros começam a trabalhar na mesma idade.
“Por que a trabalhadora rural está sendo igualada ao trabalhador rural? Pra mim, só tirar o rural da PEC é pouco. Caberia até um pedido de desculpas por ter a ousadia de ter encaminhado essa proposta para o trabalhador rural”, disse o presidente da entidade, argumentando ainda que as alterações previstas pelo governo visam única e exclusivamente impedir o acesso do trabalhador à proteção social.
Floriano destacou também que a população não acredita que as reformas propostas por governos tenham o objetivo de trazer melhorias ao sistema. “Sempre que se fala em mudança, o cidadão corre para se aposentar. Ele não acredita no discurso de melhoria do governo”, disse Sá.
Além do presidente da ANFIP, participaram da audiência, o advogado Evandro José Morello; o diretor do Dieese, Clemente Ganz Lúcio; o professor da Unb, Vicente Faleiros e o senador Paulo Paim (PT).
Veja a apresentação realizada pela ANFIP: