O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, principal apoiador da candidatura de Pablo Marçal, é acusado pela ex-presidente do partido, Rachel Carvalho, de tê-la ameaçado de morte para tomar o controle da legenda. Outros ex-dirigentes relataram o mesmo à polícia.
No processo, que corre sob sigilo no gabinete da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, Leonardo Avalanche é acusado de coação, ameaça de morte, fraude e suborno.
As informações são da jornalista Daniela Lima, do g1 e GloboNews.
Rachel registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de São Paulo e lavrou um depoimento em cartório, ao qual anexou conversas de WhatsApp com assistentes de Leonardo Avalanche nas quais foi ameaçada.
Rachel Carvalho conta que Avalanche a ameaçou de morte pessoalmente e através de emissários para que ela renunciasse ao cargo de presidente do PRTB.
Carvalho relata que, em uma conversa a sós, Leonardo Avalanche, lhe falou que “quando ele pedisse para ela pegar sua vara e ir pescar, era para ela se despedir de seus familiares”. Ele ainda a ameaçou falando que tinha “pitbulls” trabalhando por ele.
A ex-dirigente do PRTB contou à polícia que uma pessoa enviada por Avalanche a buscou para dizer que ela deveria renunciar, “sob pena de frequentar mais o cemitério”.
A emissária, chamada Patrícia Reiter, apresentou uma lista com outros dirigentes do PRTB que deveriam renunciar e se desfiliar da legenda.
“Todos que estão nessa lista precisam fazer a renúncia. Eu tenho ordem de conseguir elas de qualquer jeito”, falou Patrícia, que escreveu em um papel a palavra “vida”. “Você se importa com isso delas?”, ameaçou.
Outro aliado de Leonardo Avalanche disse a Rachel que “não é um acordo, nem uma proposta, nós vamos pegar o Estado de São Paulo de vocês, e olha nos meus olhos, se você não se comportar, você nunca mais vai olhar nos olhos de ninguém, nem nos meus, nem no de ninguém”.
Leonardo Avalanche já admitiu, sem saber que estava sendo gravado, que tem ligação com o PCC, empregando um dos líderes da facção em Paraisópolis, e atuou para libertar “André do Rap”, uma das lideranças da organização criminosa.
O amigo de Marçal foi filmado entrando em um jatinho com um condenado por assalto a banco, Edilson Ricardo da Silva, e um investigado por ligação com o PCC, Tarcísio Escobar de Almeida.
Já o candidato do PRTB para a Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, foi condenado a 4 anos e 5 meses de prisão por participar de uma quadrilha que realizava fraudes bancárias.