No acumulado do ano, retração é de 4,92%
Apesar de positivo na passagem de setembro para outubro, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central (BC), aponta que o Brasil ainda está longe de recuperar as perdas da pandemia.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o índice que é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) do país, registra uma retração de 4,92%. Essa queda não foi minimizada pelo avanço de 0,86% de outubro.
Com o resultado do mês que abre o quarto trimestre do ano, o IBC-Br atingiu 136,75 pontos – ainda permanecendo abaixo do patamar de fevereiro, ou seja, de antes da pandemia (quando estava em 140,07 pontos).
Além disso, apesar de ser o sexto mês seguido de alta, os números apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento. Em setembro, a atividade econômica havia avançado 1,68% na comparação com agosto. Na avaliação de economistas, esse movimento significa que não há esperança de voltar aos níveis pré-pandemia tão cedo, num cenário de aumento da contaminação e número de óbitos pela Covid e de novas medidas de isolamento social e restrição de atividades econômicas.
Por outro lado, o governo Bolsonaro não apresenta qualquer saída para crise, seja sanitária ou econômica.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de índice para medir o crescimento da economia. Embora o BC avalie a atividade econômica para compor o IBC-Br, o resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, a economia do país cresceu 7,7% no terceiro trimestre do ano, após os meses mais duros de isolamento social e fechamento dos serviços não essenciais. Cálculos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre as economias do G20 apontam que, apesar do avanço, a economia brasileira continua 4,1% abaixo de seu nível do pré-crise do último trimestre de 2019.
Projeções
Os economistas de instituições financeiras projetam que a queda no PIB do país este ano será de 4,41%, de acordo com o boletim Focus, também do BC.
Já o Banco Mundial prevê queda de 5,4% para a economia brasileira, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o tombo será da ordem de 5,8%.