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Os professores das universidades públicas federais repudiaram a proposta do governo de não conceder reajuste salarial para os servidores este ano. Em seu 42º Congresso nacional, realizado na quarta (28) e quinta-feira (29), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) aprovou a construção de uma greve em defesa da valorização salarial.
Durante a abertura, Gustavo Seferian, presidente do Sindicato, apresentou um breve informe da reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), entre governo e servidores, que aconteceu em Brasília (DF), na tarde da quarta (28). “O zero é o que se mantém. Não há qualquer tipo de avanço diante do que foi a proposta unificada apresentada”, disse.
“Essa decisão é importantíssima no sentido de apontar premência da articulação da categoria e quais são as tarefas que devem ser colocadas desde já para que essa articulação possa se dar, com o estabelecimento de uma agenda necessária, de mobilização desde as bases, realização das assembleias e, efetivamente, uma articulação que possa proporcionar a atenção dessa importante resolução”, disse Gustavo sobre a aprovação da construção da greve.
De acordo com comunicado do Andes, após mais de duas horas de debates, foi aprovado, pela maioria dos e das participantes, “dar continuidade ao trabalho de unidade de ação com os demais servidores públicos federais, visando fortalecer as Campanhas Salariais de 2024 e 2025, intensificando a mobilização de base, na construção de greve do ANDES-SN e do setor da educação no primeiro semestre de 2024, tendo como horizonte a construção de uma greve unificada no funcionalismo público federal em 2024”.
O presidente do Andes avaliou que a votação da plenária pela construção da greve já no primeiro semestre de 2024 é uma resposta direta à recusa do governo em negociar com a categoria e uma sinalização para as bases de que é necessário intensificar a mobilização. “É importante deixar registrado que essa é uma decisão histórica dentro do nosso sindicato, na medida em que coloca esse senso não só de necessidade, mas de urgência de mobilização da nossa categoria para dar resposta a essa postura vergonhosa do governo federal. Hoje, uma vez mais, seguiu sem dar qualquer tipo de devolutiva satisfatória, tanto às nossas pautas econômicas de recomposição salarial quanto às pautas não-econômicas das mais diversa”, avaliou.
Os delegados do 42° Congresso Nacional do Andes aprovaram também a articulação da Campanha Salarial 2024 e 2025 com a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, “reforma” administrativa, ou qualquer outra medida que utilize seus princípios e diretrizes e a luta contra o Novo Arcabouço Fiscal que, de acordo com o Andes, limita o crescimento anual das despesas da União e cria um novo Teto de Gastos, bem como a política tributária que mantém impostos regressivos e favorece o grande capital em detrimento da classe trabalhadora, entre outros pontos.