Reunião foi nesta quinta-feira (20) em Brasília. Os dois partidos vão entrar no STF pedindo ampliação do prazo. Houve avanços sobre chapa no Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. Impasse ainda continua em São Paulo
As direções do PT e PSB se reuniram nesta quinta-feira (20) em Brasília para discutir a formação de uma federação partidária. Os dois partidos decidiram que vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar o prazo previsto para consolidar a federação que envolve as duas legendas, além do PCdoB, PV, Rede e, possivelmente, o Psol.
O limite para apresentar o pedido de formação do bloco é 1º de março. O prazo é considerado difícil de ser cumprido pelos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PSB, Carlos Siqueira, que participaram da reunião. Os advogados dos dois partidos pretendem entrar com a ação até a próxima segunda-feira.
“Esta não foi uma reunião de definição, mas uma reunião de conversas e entendimentos. O que ficou claro é que a gente tem a disposição de construir a federação (…). Mas o tempo da política não pode ser dado pelo tempo burocrático do TSE”, afirmou Gleisi, presidente do PT.
Houve avanços nos arranjos regionais. Ficou acertado entre os dois partidos que o PSB lançaria candidatos em Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo, enquanto o PT ficaria com a Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. Em São Paulo, onde o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) pretendem concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, o impasse ainda continua.
Siqueira argumentou que a aliança em São Paulo não pode ser “apenas matemática”. “Antes de ter um entendimento eleitoral, é preciso um entendimento político. A política antecede todos os números”, disse ele. A manifestação procura rebater a argumentação de dirigentes petistas de que a preferência deve ser dada a quem está melhor colocado nas pesquisas. Nos levantamentos, Haddad aparece à frente de França nas intenções de voto.
As duas legendas trabalham com a possibilidade de alargar os prazos até junho. Até lá, teriam tempo para discutir um novo programa e regimento para a definição de candidaturas estaduais e municipais, uma vez que a lei obriga a federação a lançar chapas únicas em pelo menos quatro anos.
Além de Gleisi e Siqueira, participaram do encontro o secretário nacional do PT, deputado Paulo Teixeira, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o ex-governador de São Paulo, Márcio França (SP).
A criação de federações partidárias foi aprovada pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Bolsonaro vetou a criação das federações, mas o Congresso derrubou o veto. Pela nova legislação, partidos políticos poderão se unir em uma federação, a fim de atuarem como uma só legenda nas eleições e durante a legislatura subsequente ao pleito. A lei também assegura a identidade e a autonomia dos partidos integrantes.
“Essa é uma grande vitória da democracia e o PCdoB protagonizou esse processo. A federação estimula a ação política e a governabilidade criando frentes políticas mais sólidas”, afirmou Renildo Calheiros, líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, um dos artífices do projeto.