Diretor da Prevent, Pedro Batista Jr. faltou a depoimento na CPI da Covid-19 alegando que foi avisado com menos de 48 horas de antecedência. Operadora é acusada de ocultar mortes em estudo sobre uso de cloroquina no tratamento da Covid-19
A gestão do governo Bolsonaro na pandemia assemelha-se a um vespeiro. Quanto mais mexe, pior fica. A CPI da Covid-19 no Senado entende que há fortes indícios de que a divulgação e propagação de fármacos ineficazes no combate à Covid-19 foi feito sob grande esquema para que alguns se dessem bem, se beneficiassem financeiramente.
O vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou, nesta quinta-feira (15), que a rede Prevent Sênior agiu em conluio com Jair Bolsonaro para disseminação do uso de cloroquina para o chamado “tratamento precoce” da Covid-19.
“O documento informa que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo foi um desdobramento do acordo. Ouvir a Prevent continuará em nossa agenda”, tuitou Randolfe.
Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Jr. foi convocado para prestar depoimento nesta quinta-feira, mas não compareceu. Nova data foi agendada e ele poderá ser conduzido coercitivamente à CPI.
DESCULPA DA EMPRESA
Em nota, a Prevent Senior veiculou que o departamento jurídico recebeu e-mail da CPI com a intimação para o depoimento de Batista no fim da tarde desta quarta-feira (15) e que não haveria tempo hábil para comparecer à comissão.
“Isso porque, de acordo com o artigo 218 (parágrafo segundo) do Código de Processo Civil, o prazo mínimo para atender a uma convocação desta natureza é de 48 horas”, escreveu na nota.
PREVENT OCULTOU MORTES EM ESTUDO COM CLOROQUINA
Informações divulgadas, nesta quinta-feira (16), pela GloboNews revelam que a Prevent Sênior ocultou mortes de pacientes com e sem o diagnóstico de Covid-19 que participaram de estudos sem base científica feitos para apontar uma suposta eficácia dos remédios do “Kit Covid”, como a hidroxicloroquina e a azitromicina.
O estudo recebeu o apoio de Jair Bolsonaro, um dos maiores defensores do uso de cloroquina, e foi utilizado para apoiar as teses dos bolsonaristas de que o “Kit Covid” salvou vidas durante a pandemia.
A denúncia foi feita por médico da Prevent Sênior que era próximo dos diretores da empresa. A reportagem da GloboNews mostrou que houve manipulação nos resultados do teste para comprovar falsa eficácia da cloroquina contra a Covid-19.
M. V.