O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito nesta sexta-feira (1º) presidente da Câmara com 334 votos. Na votação, ele teve 77 votos a mais do que o necessário para se eleger no primeiro turno. Em 2017, quando foi eleito presidente da Casa pela segunda vez, o deputado fluminense recebeu 293 votos. Quinze partidos apoiaram a eleição de Rodrigo Maia. O PDT e o PCdoB organizaram o segundo bloco, com 105 deputados, ultrapassando o bloco liderado pelo PT que reuniu 98 parlamentares. Com os 105 parlamentares, os dois partidos conseguiram prioridade na ocupação dos espaços na mesa diretora.
Os demais candidatos à direção da Câmara apenas marcaram posição no pleito. O segundo colocado na disputa foi o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), que recebeu 66 votos. Marcelo Freixo (PSOL-RJ) recebeu 50 votos e foi o terceiro colocado no pleito. JHC (PSB-AL) recebeu 30 votos; Marcel Van Hattem (NOVO-RS) recebeu 23; Ricardo Barros (PP-PR), 4; e General Peternelli (PSL-SP) recebeu 2 votos. “A Presidência da Câmara precisa de um presidente que tenha experiência, que tenha equilíbrio”, disse Maia em seu discurso como candidato. Ele prometeu “respeitar igualmente todos os deputados da Casa”.
O partido do presidente Jair Bolsonaro, PSL, não conseguiu viabilizar nenhum nome que representasse o governo na disputa pela comando da Câmara. O PSL acabou aderindo à candidatura de Rodrigo Maia. Setores progressistas, entre eles o PDT e o PCdoB, consideram que Maia tem melhores condições para garantir a independência necessária do Legislativo. Em sua opinião não é hora de marcar posição. É necessário que haja respeito à democracia e que os movimentos sociais sejam respeitados. O candidato do PSOL, marcelo Freixo, que teve o apoio declarado do PT, não conseguiu nem os votos de toda a bancada petista. Ele obteve apenas 50 votos.
No início da sessão, o PSOL e o PT, se utilizando de uma manobra regimental, questionaram o fato da Câmara Federal ter reconhecido oficialmente a incorporação do Partido Pátria Livre (PPL) ao PCdoB para efeitos da formação do bloco que desbancou a maioria atingida na véspera pelo bloco do PT. O líder do PCdoB, Orlando Silva, alertou esses partidos de que essa era uma atitude oportunista e irresponsável. “Principalmente num momento como este em que o fascismo avançou no Brasil. Esperávamos que esse ataque viria pela direita”, disse.
Durante o governo Temer, Maia assumiu a presidência da República interinamente algumas vezes. No fim do ano passado, quando estava como presidente em exercício, Maia causou decidiu sancionar a lei que afrouxa a Lei de Responsabilidade Fiscal para permitir que municípios estourem o limite de gastos com pessoal sem sofrer punições se houver queda na receita. Ele foi duramente criticado pelo chamado mercado por esta decisão.
“A Câmara, que é a casa do povo, ela precisa de modernização, de modernização, e de modernização na nossa relação com a sociedade, com os nossos instrumentos de tratamento, principalmente as novas ferramentas de comunicação”, afirmou Rodrigo Maia em seu primeiro discurso após ser reeleito à Presidência da Câmara. Agora os blocos partidários indicarão os nomes para ocuparem os cargos na Mesa e nas comissões temáticas da Câmara.