Em entrevista ao programa semanal ‘Contaêêê’, do portal Galática Educação e Cultura, publicado no canal do Youtube na última quinta-feira (29), a jornalista Rosani Abou Adal falou sobre sua obra, carreira, poesia e jornalismo literário. O programa é realizado pela jornalista Sonia Avallone, que discorre sobre as experiências, as trilhas percorridas e os novos rumos dos entrevistados.
Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista e editora do Linguagem Viva, um jornal especializado em literatura. Formada em Jornalismo pela Cásper Líbero, especializou-se em Artes Plásticas e Música, pela Universidade de São Paulo (USP). É também membro da diretoria do Sindicato dos Escritores de São Paulo.
A entrevista começa com Rosani falando de sua história e seu encontro com o jornalismo literário e a criação do “Linguagem Viva”, jornal literário fundado pela escritora.
“O meu encontro com o jornalismo literário foi depois de formada na Cásper Líbero, onde eu já tinha um livro publicado em 1986, e frequentando a União Brasileira de Escritores (UBE), conheci o escritor Adriano Nogueira e conversando com ele, surgiu a ideia de realizar um jornal de literatura e ecologia, numa ideia de realizar em mimeógrafo, mas questionada, Adriano perguntou, por que não impresso? Dessa forma, dias depois, com verba e patrocínio de anúncio em Piracicaba, em São Paulo, conseguimos viabilizá-lo impresso. Assim começou o ‘Linguagem Viva’. Começamos aos poucos, puxando ideia daqui, ideia de lá, apoios e por aí, segue até hoje, publicado, circulando e se mantendo vivo, mensalmente sem interromper a periodicidade, com a circulação ininterrupta”.
Veja a entrevista na íntegra:
“A circulação do jornal é boa e tem um bom público na cidade de Piracicaba, temos os assinantes e conseguimos ter essa aceitação do jornal. Nosso público está com a gente há muito tempo, nos acompanham e ajudam muito, temos muitos colaboradores e leitores assíduos. O importante do nosso jornal é que ele é democrático, com espaço para todos”, disse.
A escritora também enfatizou a importância do veículo que já completa 30 anos de existência. “O importante para nós é ter o compromisso de fazer, de levar a literatura para o nosso público. O propósito do nosso jornal sempre foi divulgar a literatura brasileira e a democratização da leitura, para que assim a gente possa construir um país mais digno, melhor de se viver. Com leitura, investimento em leitura e cultura, conseguiremos mudar o nosso mundo”.
Questionada por Sonia sobre a aceitação dos livros e das obras poéticas durante a pandemia e sobre o seu processo criativo, Rosani destacou a importância da poesia como ferramenta “crucial e libertadora”.
“É importante neste momento para a população interagir, sentir e se engajar mais na leitura, vemos isso durante esse período, a poesia está em tudo, onde olhamos, sejam nos livros ou nas redes sociais, vemos, sentimos e entendemos a poesia, ela é fundamental, crucial e libertadora para quem faz e quem se identifica e se inspira, para mim, tudo é poesia”, disse.
“Em relação ao meu processo criativo, eu trabalho muito com imagens, eu fotografo uma coisa e vejo depois, em cima daquela imagem, ou até mesmo uma coisa atual. Demorei a trabalhar com algo temático, mas hoje em dia eu faço, como eu disse, tudo é poesia. Eu ando com meu celular e registro tudo, mas é muito bom um caderninho e uma caneta, quando não tem, vai no corpo mesmo, uma vez registrei no meu corpo mesmo, o importante é escrever”, explicou Rosani.
A escritora também falou sobre as poesias realizadas e sua trajetória. “Que a poesia seja mais presente, que os escritores e professores sejam mais valorizados, que os profissionais da linha de frente sejam mais valorizados, que possamos sair dessa situação, vamos vencer”, concluiu.