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A Rússia e a Síria denunciaram os Estados Unidos por pressionar as Nações Unidas a prestarem ajuda humanitária para as pessoas deslocadas do campo de Rukban, na Síria, considerado “campo de treinamento de extremistas”.
Essa “ajuda” vai parar nas mãos dos terroristas que foram derrotados pelas forças sírias e há denúncias de que o governo dos EUA está agindo para reagrupá-los para uma nova agressão ao país.
Segundo o comunicado conjunto da coordenação interministerial dos dois países, divulgado na segunda-feira (1), os norte-americanos impedem o desmantelamento do campo e realocação dos sírios e isso é o maior obstáculo para a recuperação da soberania e vida em paz na Síria, assinala o documento.
“[…] Os Estados Unidos usam a situação criada para pressionar a liderança da ONU, levantando regularmente o assunto da necessidade de entrega de ajuda humanitária para os moradores do campo. No entanto, os norte-americanos esperam, de fato, usar essas entregas para abastecer os extremistas controlados por eles e que atuam nesta região, como já fizeram em mais de uma ocasião”, afirma o comunicado.
Além disso, Moscou e Damasco acusam Washington de violar a lei internacional.
“Os Estados Unidos realizam ataques aéreos contra o território de um país soberano, a Síria, e continuam ocupando ilegalmente seu território. Além disso, nas regiões sob seu controle não há sequer indícios de retomada de uma vida pacífica segura e digna”, diz o documento.
Em 25 de fevereiro, os Estados Unidos realizaram um bombardeio aéreo contra um local supostamente conectado a uma milícia apoiada pelo Irã na Síria, que foi ordenado pelo presidente Joe Biden. O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que os EUA tinham avisado a Rússia sobre o planejado ataque aéreo na Síria minutos antes do bombardeio. Do ponto de vista de evitar um conflito, este aviso quando tudo já estava acontecendo não contribuiu para nada, destacou Lavrov.
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“Temos repetidamente apontado para a hipocrisia do lado norte-americano, que declara seu compromisso em reconhecer valores humanitários, mas ao mesmo tempo não faz nada para implementá-los”, disseram os líderes dos comitês conjuntos de coordenação sobre o repatriamento de refugiados sírios na declaração publicada pelo Ministério da Defesa da Rússia.
“Como resultado dos esforços conjuntos da Rússia e da Síria, atualmente 2 milhões 222 mil 960 refugiados sírios e migrantes internos retornaram aos locais de residência escolhidos por eles. Para acelerar o retorno e a adaptação dos sírios, o governo do país toma todas as medidas possíveis para criar condições de moradia dignas, novos empregos, restaurar a infraestrutura e as instalações sociais do país”, assinala a resolução conjunta.
“Mas nem todos os países estão dispostos a avaliar objetivamente a política de migração aplicada pelas autoridades sírias e obstruem abertamente o retorno dos refugiados sírios. Em particular, os EUA continuam a aplicar a política desumana de sanções contra o povo da Síria em condições de pandemia do coronavírus. Além disso, os norte-americanos exercem pressão sobre os países da região onde se encontra o maior número de refugiados, fazendo-os intimidar os sírios com as dificuldades impostas a situação política e socioeconômica interna de sua pátria, bem como com um grande número de problemas enfrentados pelas famílias que retornam aos locais em que residiam antes da guerra”, observa o comunicado.