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A criação de trabalho formal no país segue em ritmo de desaceleração, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
Em novembro, o Brasil abriu 135.495 vagas de trabalho formal: saldo de 1.747.894 admissões contra 1.612.399 desligamentos. O resultado de criação de vagas do mês passado representa uma piora frente ao saldo registrado em outubro, quando foram criadas 162,029 vagas, e diante do saldo de novembro do ano passado, época em que foi alcançada a criação de 313.773 vagas.
Em novembro, três dos cinco setores da economia registraram saldo negativos na criação de postos formais: Indústria geral (-25.707), Construção (-18.769) e Agropecuária (-18.211). No lado positivo ficou o setor de Comércio (+105.969) e Serviços (+92.213)
Desde setembro deste ano, o número de criação de empregos com carteira assinada no país vem diminuindo. Em agosto, o saldo de empregos formais ficou positivo em 289.144, esse foi o último auge das variações entre os picos de alta constatados pelo Caged neste ano. Em setembro, o saldo de criação de vagas foi de 278.489; em outubro, desceu para 162,029 vagas; e em novembro 135.495 vagas.
No acumulado do ano até novembro, o mercado de trabalho formal no país registra saldo positivo de 2.466.377 vagas – resultado de 21.230.904 admissões contra 18.764.527 desligamentos. O resultado também representa uma piora ante ao registrado no mesmo período de 2021, quando foram criadas 3.070.285 vagas.
Devido ao esgotamento dos estímulos econômicos – criados no pacote pró-reeleição de Bolsonaro – e aos efeitos dos juros altos derrubando o consumo e os investimentos no país, a economia brasileira cresceu apenas 0,4% na comparação com o trimestre anterior (1,0%).
A tão propalada retomada econômica pelo governo Bolsonaro – que estava ancorada na normalização das atividades econômicas afetadas pelas medidas de contenção da pandemia de Covid-19 e medidas econômicas de curto prazo – não passava de um voo de galinha.
A maioria dos indicadores apontam que a economia deve continuar desacelerando e com ela a criação de empregos. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) apontou para uma queda de 0,05% no ritmo da atividade econômica em outubro, em relação ao mês anterior. O IBC-BR é considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro indicador de “prévia” do PIB, o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou uma variação de crescimento de apenas 0,1% em comparação com setembro, quando caiu -0,4%.
No décimo mês deste ano, sob a via dos juros altos estrangulando o consumo no país, a produção industrial cresceram apenas 0,3%, as vendas do comércio varejista registraram alta de 0,4%, e os serviços caíram -0,6%, interrompendo uma sequência de cinco resultados positivos, de acordo com dados do IBGE.