O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria do Governo de Jair Bolsonaro, filiou-se ao Podemos na quinta-feira (25) em uma cerimônia que contou com a presença do ex-juiz Sergio Moro, também recém-chegado ao partido.
General da reserva do Exército, o militar pode ser candidato a uma vaga no Senado.
No discurso de filiação, Santos Cruz colocou sua entrada na política partidária como o modo de poder contribuir ativamente para as mudanças que o país precisa. Ele criticou o que chamou de “extremismo” na política atual e disse que o Brasil deveria “repudiar o fanatismo que estamos assistindo”.
“O Brasil não pode continuar acreditando e procurando por um salvador da pátria”, afirmou o general.
Santos Cruz também condenou a disseminação de fake news como arma política. “Não podemos descer para uma campanha baseada em fanatismo, baseada em fake news. Respeito é fundamental entre todas as pessoas, instituições e funções”, disse.
O general argumentou que existem “políticos de boa qualidade” em diversos partidos e que novas pessoas também podem se filiar.
“A política não pode ser criminalizada. É a única forma de mudar a realidade, de mudar aquilo que se acha problemático na sociedade. É a única maneira de melhorar a vida dos brasileiros. Existem muitos políticos de boa qualidade, não se pode criminalizar a política”, afirmou.
Neste ano, em entrevista à Folha, o militar avaliou que houve compra de apoio político do chamado Centrão através de emendas parlamentares.
O general participou do evento de filiação de Moro ao Podemos e defendeu sua candidatura à presidência.
Ele é o primeiro ex-integrante do atual governo a apoiar abertamente o ex-magistrado. Na quinta, o militar afirmou que acredita “na pessoa e no projeto do doutor Sergio Moro”, mas também disse que não se busca um “salvador da pátria”.