Já no início da apuração ficou evidente o fiasco bolsonarista e o desenho de um segundo turno com dois candidatos da oposição ao governo federal, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol)
A apuração das eleições municipais deste domingo (15) na principal capital do país, mostra que Jair Bolsonaro foi o grande derrotado no pleito. Ele foi amplamente rejeitado pelos paulistanos.
“Parece que não foi um bom negócio para o presidente Jair Bolsonaro se meter nas eleições em São Paulo”, declarou o prefeito Bruno Covas, comentando os primeiros resultados da apuração.
Celso Russomanno (Republicanos), que andava com Bolsonaro à tiracolo, derreteu com essa presença sombria em sua campanha e amargou um quarto lugar. Já no início da apuração ficava evidente que quem vai para o segundo turno é a oposição a Bolsonaro.
“Essa já é uma eleição emblemática. Porque ela estabelece aquilo que alguns não gostam: democracia e direito ao voto”, afirmou, ao votar, o governador João Doria, principal alvo dos ataques e da histeria de Bolsonaro nos últimos meses. “Não quer dizer que ela seja nacionalizada. Mas há certas figuras públicas que escolheram seus candidatos”.
“O Bruno será vencedor em qualquer circunstância”, disse Doria.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) liderava, às 19 horas, a apuração com 32,58% dos votos contabilizados. Era seguido por Guilherme Boulos, do Psol, também integrante da oposição ao governo, com 20,33% dos votos apurados.
Mas isso era sobre um total de apenas 0,39% dos votos apurados.
Às 22h: 30, o TSE atualizou a apuração, que estava atrasada. Com 57,77% das urnas apuradas, Bruno Covas aparece com 32,81% dos votos e Guilherme Boulos vem em segundo com 20,35% dos votos.
O TRE do Estado informou que os resultados dos municípios paulistas foram enviados ao TSE normalmente, e que o travamento é na divulgação desses resultados.
Mas tanto os resultados existentes até agora, quanto todas as pesquisas de boca de urna, apontam a mesma tendência: a de que o segundo turno será disputado por Bruno Covas e Guilherme Boulos.
O ex-governador Márcio França (PSB) aparece neste momento em terceiro lugar com 13,65% dos votos apurados, também confirmando as pesquisas de boca de urna. Celso Russomanno (Republicanos), o candidato de Bolsonaro, está em quarto lugar com 10,49% dos votos.
O descaso de Bolsonaro com a pandemia do novo coronavírus, o seu total desrespeito com os mortos, que já passam de 165 mil, e os ataques e sabotagem que ele fez à vacina desenvolvida pelo Instituto Butanan em parceria com os chineses, foram as causas do repúdio geral da população paulistana ao presidente. Ele já estava com alto grau de rejeição na capital paulista.
A população brasileira já vinha indignada com o comportamento de Bolsonaro, que não se empenhou em ajudar as pessoas a se defenderem da pandemia. Ao contrário, o presidente, recentemente, chamou de “maricas” as pessoas que se preocupam e se cuidam para não se infectarem com o vírus.
Mas o estopim para que Bolsonaro sofresse essa derrota acachapante em São Paulo, como a que estamos assistindo até agora, foram as medidas arbitrárias tomadas por ele recentemente para interromper as pesquisas com a CoronaVac, a vacina do Butantan.
Bolsonaro interveio politicamente na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), obrigando o órgão a suspender os trabalhos por conta de um suicídio ocorrido entre os participantes do estudo. Tiveram que recuar, diante de um grande protesto nacional contra a medida.
S.C.
