Uma captura de tela (print) de uma conversa no WhatsApp revelou que o sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) Maurício Júnior, o Mauricinho, vazou informações da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco para os suspeitos do crime. Entre eles, o ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos. A informação é do portal Metrópoles.
Mauricinho tentou esconder sua relação com os acusados de executar a vereadora, mas foi descoberto por uma captura de tela (print) de uma conversa comprometedora por WhatsApp que ficou salva na “nuvem” de seu iPhone.
O aparelho celular de Mauricinho foi apreendido em uma operação de busca e apreensão no condomínio Viva Viver, no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, na última segunda-feira, 24. A perícia do iPhone revelou que Maurício Júnior alertou os possíveis alvos, como Ronnie Lessa, e também ficou longe dos dois endereços em que a polícia iria cumprir os mandados contra ele.
Segundo a polícia, Mauricinho obteve essa informação por meio de um amigo conhecido como Jomarzinho, filho do delegado aposentado da Polícia Federal, Jomar Bittencourt, de 68 anos. A polícia não descarta que o sargento da ativa tenha mais informações sobre os assassinatos e os vazamentos de outras operações.
Mauricinho entrou no radar dos investigadores do caso Marielle ainda em 2019, pouco antes de completar um ano do assassinato. Em janeiro de 2019, o Setor de Inteligência da Polícia Civil flagrou um encontro entre Mauricinho e Ronnie Lessa, além do também policial Pedro Bazzanella, no Bar Resenha, na Barra da Tijuca.
Horas antes desse encontro, Bazzanella e Élcio de Queiroz haviam dado depoimentos sobre o caso Marielle na Delegacia de Homicídios. Antes e depois dos depoimentos, eles se encontraram com Lessa no bar, sendo que Mauricinho participou da última conversa. Para a inteligência da Polícia Civil, esse encontro tinha o objetivo de manipular os depoimentos. Essas evidências fizeram com que os endereços de Mauricinho fossem alvo de mandados de busca e apreensão em março daquele ano, na Operação Lume, a mesma que prendeu Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os ex-policiais acusados de executar a vereadora.