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O Ministério da Saúde informou que 1,2 milhões de testes de Covid-19 avaliados em R$ 42,7 milhões, venceram neste mês de março. O governo federal atribuiu o desperdício à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a pasta classificou como “inadmissível” a perda de insumos e classificou como “descaso” da administração anterior. Segundo as informações do Jornal A Folha de São Paulo, os produtos são do tipo RT-PC e também servem para o diagnóstico do VSR (vírus sincicial respiratório) e da influenza A e B.
A equipe da ministra Nísia Trindade responsabiliza a gestão Jair Bolsonaro (PL) pelo acúmulo de exames com validade curta. Ela afirma que não teve acesso a dados sobre os estoques durante a transição de governo. “Ao assumir, a atual gestão da pasta se deparou com os quantitativos em estoque sem tempo hábil para distribuição e uso, ou sem demanda nos estados”, afirma o Ministério da Saúde em nota.
“Ainda durante a transição, foram feitos diversos pedidos de informação sobre o estoque e validade de insumos, todos eles negados. Ao assumir, a atual gestão da pasta se deparou com os quantitativos em estoque sem tempo hábil para distribuição e uso, ou sem demanda nos estados”, continua a nota.
“A atual gestão do Ministério da Saúde considera inadmissível o desperdício de insumos fundamentais à prestação de serviços públicos à população brasileira. A perda de insumos demonstra o descaso da gestão anterior”, completa o Ministério.
Atualmente, o Brasil acumula quase 700 mil mortes por Covid-19. A ineficiência da estratégia de testagem colocada em prática pelo Ministério da Saúde durante o governo anterior foi alvo de duras críticas durante a pandemia. O ex-ministro Marcelo Queiroga assumiu com a promessa de colocar em prática um plano de testagem em massa, mas a proposta não foi efetivamente implementada.
Durante a transição, em novembro e dezembro do ano passado, a equipe do governo de Luiz Inácio Lula da Silva alertou sobre a gestão dos estoques do Ministério da Saúde. Na época, havia um passivo de vacinas que venceriam no início de 2023, cujo prejuízo total calculado girava em torno de R$ 2 bilhões.
Na ocasião, o grupo de saúde da equipe de transição travou uma queda de braço com o governo de Jair Bolsonaro para obter acesso aos dados sobre estoques. No início do mês, a pasta divulgou o dado exato: 39 milhões de vacinas venceram de 2021 até os primeiros meses de 2023, ocasionando um desperdício de R$ 2 bilhões. Segundo a conta da nova gestão, 2 milhões de vacinas venceram em 2021, 10 milhões em 2022 e 27 milhões em 2023 até o dia 28 de fevereiro. Na época, o ex-ministro de Saúde e membro da equipe de transição de Arthur Chioro declarou que os prazos de vencimento seriam esclarecidos.