Na quarta-feira (3), o embaixador da China, Yang Wanming, se reuniu em encontro virtual com 18 senadores para tratar do fornecimento de insumos para produção de vacinas contra a Covid-19 e da relação comercial entre Brasil e China.
Na reunião, idealizada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), o embaixador apresentou informações sobre mais uma vacina oferecida ao Brasil, a Sinopharm, e fez um apelo para que os parlamentares ajudem a intermediar as articulações com as autoridades sanitárias brasileiras.
“Esse relacionamento entre Brasil e China está acima dos nossos mandatos, como senadores e de presidentes da República. Vacina não é instrumento de política, vacina é instrumento de saúde pública e de preservação da vida. Essa é a disposição do Senado Federal. A viabilização e a distribuição das vacinas são obrigações do governo. Queremos a solução dos problemas relacionados à produção e à aplicação da vacina”, disse Kátia Abreu pelo Twitter.
O imunizante já é aplicado na população chinesa e, segundo o embaixador, a vacina poderia ser produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. O imunizante usa uma tecnologia semelhante à da CoronaVac e pode ter sua autorização de uso emergencial aprovada com rapidez pela Anvisa porque ela já foi admitida pela agência chinesa.
“O Senado, mais uma vez, fez a diplomacia que o Itamaraty não conseguiu”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Nelsinho Trad (PSD-MS), presente na reunião, pretende procurar a Anvisa na próxima semana.
Pelas redes sociais, a senadora Leila Barros (PSB-DF) afirmou que “a viabilização e a distribuição da vacina não pode ser afetada por ideologias políticas. Garantir o acesso às vacinas é um dever do Estado”.
“O Senado está empenhado em manter o bom relacionamento entre Brasil e China, independentemente da opinião controversa de algumas autoridades”, completou Leila.
“Reunião do grupo parlamentar Brasil-China para dialogarmos sobre as oportunidades nas relações entre os dois países. Além de importante parceiro do nosso país, a China tem hoje um papel relevante no fornecimento de insumos para a fabricação de vacinas contra o coronavírus”, publicou o senador Weverton (PDT-MA).
A embaixada da China também se pronunciou através de seu perfil oficial nas redes sociais, afirmando que houve um diálogo muito “produtivo com um número expressivo de senadoras e senadores do Senado Federal pela iniciativa da senadora Kátia Abreu. Vamos trabalhar para consolidar a amizade China-Brasil e trazer benefícios aos novos povos”.
“Nossa cooperação com a China é estratégica sob diversos aspectos. No contexto da pandemia, as vacinas ganham destaque. Agradeci ao embaixador pela liberação ágil da CoronaVac para o Brasil e pelas doações de oxigênio para o Amazonas. Reiterei ao embaixador chinês nosso apoio e amizade, com base no respeito às diferenças, na atuação colaborativa entre os dois países, buscando o bem-estar e a construção de um mundo melhor, com emprego, saúde, no mesmo espírito do discurso do presidente Xi Jinping em Davos”, escreveu Jean Paul Prates (PT-RN) em suas redes sociais.