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Reunidos em assembleia nesta quarta-feira (13), servidores da Educação Municipal em São Paulo mais uma vez rejeitaram a proposta apresentada pelo prefeito Ricardo Nunes e confirmaram a greve aprovada pela categoria na última sexta-feira (8).
Nas negociações no dia de hoje, a Prefeitura manteve a proposta inicial de apenas 2,16% de reajuste dos salários e a aplicação de 3,62% sobre os pisos salariais. “Não cobre nem a inflação registrada nos últimos doze meses”, criticou Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo).
Além disso, Nunes insiste na ideia de remuneração por subsídio dos vencimentos dos servidores, proposta rechaçada pelos sindicatos que integram a Coeduc, entidade que reúne, além do Simpeem, o Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância Paulistana) e o Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público do Município de SP).
Nunes também não sinalizou com a possibilidade de pôr fim ao confisco previdenciário de 14% sobre os salários dos aposentados”, outra demanda dos servidores.
O Plano de Carreira dos profissionais da Educação do Município de São Paulo foi criado durante a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, cujo secretário da Educação era Paulo Freire. “Nós carregamos esse legado com muitas dificuldades, para levar a todos os profissionais de educação: docentes, gestores, quadro de apoio, de ter o quadro dos profissionais de educação porque nós entendemos que todos e todas estão na atividade-fim (educacional). O processo de ensino-aprendizagem tem que ter carreira, tem que ter investidura nos cargos através de concurso”, defendeu o sindicalista.
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NÃO ABRIMOS MÃO DOS DIREITOS
Claudete Alves, presidente do Sedin, também enfatizou a defesa da carreira, a importância de a campanha salarial deste ano ser exclusiva dos profissionais da educação e também defendeu melhores condições de trabalho.
“Nós temos que zelar pela nossa carreira, nós temos que ir até às últimas consequências. Não é possível, é inadmissível esse índice de reajustamentos dos pisos”. “Nós precisamos de valorização, nós precisamos que esse prefeito pague o que nos deve”, continuou Claudete. “Só nós sabemos o que cada um de vocês passam nas escolas, sem apoio, com as crianças de inclusão (da educação inclusiva) – que têm todo o direito de estar nas nossas escolas – mas as cobranças, as dificuldades e o nosso empobrecimento dificultam o trabalho”, finalizou a presidente do Sedin.
Norma Andrade, presidente do Sinesp, destacou que “as conquistas que nós tivemos, nós não abrimos mão”. Segundo Norma, “falar não ao subsídio é falar: nós iremos continuar com a nossa carreira. Nós quaremos reajuste salarial e nós queremos incorporação de 39% a todos os servidores e nós NÃO queremos subsídio”, reiterou. “A nossa carreira não está em negociação. A nossa carreira não é moeda de troca”, sustentou a dirigente sindical.
NOVA ASSEMBLEIA
Com palavras de ordem “Não ao subsídio!”, “Abono é enrolação” e “Nunes, pague o que nos deve!”, entre outras, a categoria rejeitou por unanimidade a proposta de Ricardo Nunes e aprovou a realização de nova assembleia na próxima terça-feira (19), com concentração às 12h em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, e caminhada até à Câmara Municipal.
A mudança de horário (as assembleias costumam ocorrer às 14h) se explica em razão de a Prefeitura informar que vai encaminhar aos vereadores nesta quinta-feira (14) o projeto com a proposta apresentada para apreciação discussão na Câmara. Como as sextas e segundas-feiras não há sessão na Casa Legislativa, a previsão é que o projeto seja analisado na terça-feira. O objetivo é cobrar dos vereadores mudanças na proposta que atendam às reivindicações dos servidores.
Como 2024 é ano eleitoral, o prazo final para formalização da campanha salarial é até 8 de abril próximo, conforme determina a legislação.
JOSI SOUSA