Em assembleia geral, realizada nesta terça-feira (28), os servidores do Banco Central do Brasil aprovaram a continuidade da greve em defesa da reestruturação da carreira, com a garantia do reajuste salarial. Em greve há quase três meses, a categoria aprovou também um dia nacional de protesto pela valorização da carreira para a próxima segunda-feira (4).
De acordo com o Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal), os servidores farão um ato virtual para denunciar a postura intransigente na postura do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Na terça-feira (5), os funcionários farão nova assembleia para decidir os rumos do movimento.
Devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, o Congresso precisa aprovar, até essa quinta-feira (30), reajustes que reponham perdas com a inflação, com a lei entrando em vigor em 4 de julho. Para cumprir esse prazo, no entanto, o governo já precisaria ter enviado projeto de lei ou medida provisória ao Congresso no fim de maio ou na primeira semana de junho.
Desde o início do ano, os servidores têm se mobilizado em defesa do reajuste salarial, iniciando a greve no começo de abril, que tem impactado a divulgação de estatísticas, como o boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras), o fluxo cambial, o Relatório de Poupança e a taxa Ptax diária (taxa média de câmbio que serve de referência para algumas negociações), sendo suspensa ou ocorrendo com bastante atraso. Projetos especiais, como a segunda fase de consultas de saques de valores esquecidos, estão suspensos.
Com a recusa do governo de conceder o reajuste aos servidores, Bolsonaro deve se tornar o primeiro presidente em 30 anos a não repor as perdas inflacionárias nos salários do funcionalismo.